Poder e Governo

PT oficializa apoio a Requião Filho (PDT) no Paraná em frente contra Moro e Ratinho Jr.

Aliança inclui indicação de aliado de Gleisi Hoffmann ao Senado; última vaga na chapa segue indefinida

Agência O Globo - 18/12/2025
PT oficializa apoio a Requião Filho (PDT) no Paraná em frente contra Moro e Ratinho Jr.
PT oficializa apoio a Requião Filho (PDT) no Paraná em frente contra Moro e Ratinho Jr. - Foto: Reprodução

O diretório estadual do PT no Paraná anunciou apoio à candidatura de Requião Filho (PDT) ao governo estadual, consolidando uma aliança para enfrentar o senador Sergio Moro (União), líder nas pesquisas, e o governador Ratinho Júnior (PSD), que deve indicar um sucessor em 2026. A composição também contempla a indicação do presidente da Itaipu Binacional, Enio Verri (PT) — aliado da ministra Gleisi Hoffmann — para disputar o Senado. Verri chegou a ser cogitado como candidato ao governo, mas agora integra a chapa majoritária.

O anúncio foi feito nas redes sociais na tarde de ontem, após reunião entre Requião, Enio e o deputado estadual Arilson Chiorato (PT), líder da oposição na Assembleia Legislativa. A articulação vinha sendo discutida desde o encontro estadual do PT em setembro e teve aval do presidente nacional do PT, Edinho Silva, e do presidente do PDT, Carlos Lupi.

“Não será uma candidatura petista, mas sim pedetista, que tem buscado diálogo com outros partidos. Desde que lancei minha candidatura, cheguei a 29% nas pesquisas. A federação do PT reconheceu a viabilidade e ofereceu apoio, algo que não se nega a ninguém”, afirmou Requião ao GLOBO.

A aliança marca ainda a retomada do diálogo entre Requião e o PT. No início do ano, ele seguiu o caminho do pai, Roberto Requião, e deixou a legenda após autorização do TRE-PR, motivado por divergências com a direção nacional. No PDT, assumiu o comando estadual e passou a ser cotado para o governo, dividindo espaço com Verri, cuja candidatura foi analisada pelo PT.

Em setembro, após Requião ser excluído de pesquisa de intenção de voto da Genial/Quaest, o PDT questionou a decisão junto ao instituto, alegando distorção no cenário eleitoral. Superado o impasse, PT e PDT optaram por formar uma frente “contrária ao lavajatismo, ao bolsonarismo e ao 'ratinhismo'”, explicou Chiorato.

“A decisão é programática e pragmática, pois nossos adversários são os mesmos. Queremos impedir vitória de Moro e continuidade do projeto de Ratinho Júnior. As diferenças são menores que isso”, afirmou Chiorato.

A composição prevê Enio Verri como candidato ao Senado. A segunda vaga será oferecida a outros partidos da federação com o PT, como Avante ou PSB, ou ao deputado Zeca Dirceu (PT-PR).

Do outro lado, Sergio Moro tenta se viabilizar como pré-candidato, apesar de o PP, federado ao União Brasil, não homologar sua candidatura ao governo. Com indefinição partidária para 2026, partidos como PRTB e Missão, ligada ao MBL, buscam atrair o ex-juiz.

Já Ratinho Júnior deverá definir seu sucessor entre três nomes do PSD: Guto Silva, secretário das Cidades e favorito do governador; Alexandre Curi, presidente da Assembleia Legislativa; e Rafael Greca, ex-prefeito de Curitiba. Guto Silva, com passagens pela Casa Civil e Secretaria de Planejamento, é visto como provável escolha, mas enfrenta resistência de aliados, que apontam melhor desempenho de Curi e Greca em pesquisas. O PP, por sua vez, prefere uma chapa conjunta com o Republicanos.