Poder e Governo
Lula busca intermediar diálogo entre Trump e Maduro sobre Venezuela
Presidente oferece mediação do Brasil para evitar escalada de tensões entre EUA e Venezuela
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quinta-feira que o diálogo é fundamental para resolver a crise diplomática entre Estados Unidos e Venezuela. Lula revelou que já ofereceu aos presidentes Donald Trump e Nicolás Maduro a mediação do Brasil para facilitar uma negociação entre os dois países.
— Estou pensando que, antes do Natal, devo conversar novamente com o presidente Trump para avaliar como o Brasil pode contribuir para um acordo diplomático, evitando uma guerra fratricida — declarou Lula.
O presidente relatou que já manteve conversas recentes com ambos os líderes. Segundo ele, expressou a Trump preocupação com a situação venezuelana e alertou que "as coisas não se resolveriam dando tiro". Lula questionou os reais interesses por trás do conflito. — Nunca ninguém disse concretamente por que é preciso fazer essa guerra. Não sei se o interesse é no petróleo da Venezuela, nos minerais críticos, nas terras raras. Ninguém coloca na mesa o que quer. Falei para o presidente Maduro que, se ele quisesse a ajuda do Brasil, precisava dizer o que gostaria que fizéssemos — afirmou.
Nas últimas semanas, a crise se agravou após o governo Trump anunciar um bloqueio naval "total e completo" a petroleiros sancionados que entram e saem da Venezuela. A medida intensifica a pressão sobre Caracas, atingindo o setor petrolífero — principal fonte de receita do país — e ampliando as ações que Washington classifica como parte do combate ao tráfico de drogas.
Nicolás Maduro, por sua vez, classificou o bloqueio como uma grave violação do direito internacional, acusando os EUA de "pirataria" e de intervenção imperialista nos assuntos internos da Venezuela. Trump, que não reconhece a legitimidade de Maduro, já pediu publicamente sua renúncia.
Nesta semana, o secretário-geral da ONU, António Guterres, fez um apelo para que ambas as partes exerçam contenção e desescalem as tensões, reforçando os princípios do direito internacional e a importância da estabilidade regional.
Líderes latino-americanos também se manifestaram diante do agravamento do cenário. A presidente do México, Claudia Sheinbaum, solicitou à ONU uma intervenção para evitar derramamento de sangue e ofereceu seu país como espaço neutro para negociações. Chancelarias de China e Rússia reafirmaram apoio à soberania venezuelana, criticando as ações americanas como unilaterais e alertando para o risco de desestabilização do Hemisfério Ocidental.
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