Poder e Governo
Lula afirma que todos os suspeitos de fraude no INSS serão investigados, inclusive familiares
Operação da PF prende número 2 do Ministério da Previdência e realiza buscas em nova fase da investigação
Ao ser questionado sobre a operação da Polícia Federal (PF) que resultou na prisão do então número dois do Ministério da Previdência, Adroaldo Portal, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quinta-feira que a PF tem autonomia para conduzir suas investigações e garantiu que não há proteção governamental a nenhum dos envolvidos, nem mesmo a familiares.
— A decisão de apurar esse fato foi do governo. E por que demorou? Demorou porque, como não queremos fazer pirotecnia, preferimos investigar com seriedade. Nossa controladoria levou praticamente dois anos apurando, porque seria muito fácil fazer uma denúncia e não investigar — declarou o presidente. — Se tiver filho meu metido nisso, vai ser investigado — completou.
A PF deflagrou nesta quinta-feira uma nova fase da Operação Sem Desconto, que apura esquemas de fraudes por meio de descontos indevidos em aposentadorias e pensões do INSS. O secretário-executivo do Ministério da Previdência Social, Adroaldo Portal, teve prisão domiciliar decretada e foi exonerado do cargo em seguida.
Além de Portal, o senador Weverton Rocha (PDT-MA), vice-líder do governo no Senado, foi alvo de mandado de busca e apreensão. Adroaldo foi chefe de gabinete do senador, que tinha influência sobre indicações de cargos no Ministério e no INSS, sendo responsável pela nomeação de André Fidelis para a diretoria de Benefícios do INSS em 2023. O ex-diretor foi preso em outra fase da Operação Sem Desconto, em novembro.
O advogado Eric Fidelis, filho de André Fidelis, e Romeu Carvalho Antunes, filho do empresário Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como "Careca do INSS", também foram presos preventivamente nesta quinta-feira.
A empresária Roberta Luchsinger, herdeira de um ex-acionista do banco Credit Suisse, foi alvo de busca e apreensão na operação da PF. Ela é suspeita de envolvimento com Antônio Carlos Camilo Antunes. Parlamentares de oposição tentaram aprovar na CPI do INSS requerimentos de quebras de sigilo telemático e fiscal dela, além de um pedido de convocação, mas as iniciativas foram rejeitadas por articulação da base governista. Nos pedidos, os parlamentares destacaram que o objetivo era esclarecer as relações comerciais e financeiras entre ela e Antunes.
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