A empresária Roberta Luchsinger foi alvo, nesta quinta-feira, de mandado de busca e apreensão em operação da Polícia Federal que investiga descontos indevidos em aposentadorias e pensões do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Ela é suspeita de envolvimento com Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como "Careca do INSS", figura central na investigação.

Luchsinger, herdeira de um ex-acionista do banco Credit Suisse, teve seu nome citado em requerimentos apresentados por parlamentares de oposição na CPI do INSS, que pediam a quebra de sigilos telemático e fiscal, além de convocação para esclarecimentos. As solicitações, no entanto, foram rejeitadas após articulação da base governista. Os parlamentares buscavam esclarecer possíveis relações comerciais e financeiras entre ela e Antunes.

Luchsinger já esteve ao lado do lobista em agenda no Ministério da Saúde, representando uma empresa do setor de tecnologia em telessaúde.

"Embora negue vínculo formal entre ambos, a empresa confirmou que Roberta Luchsinger representou institucionalmente a empresa junto ao governo federal, o que reforça a necessidade de apurar se houve intermediação de interesses privados junto ao poder público e se a atuação conjunta entre ambos envolveu benefícios financeiros diretos ou indiretos decorrentes das atividades empresariais do Sr. Antonio Antunes", afirma um dos requerimentos rejeitados.

O documento também ressalta que "a proximidade profissional e pessoal entre Roberta Luchsinger e o investigado, evidenciada em mensagens obtidas pela imprensa e em registros de lobby coincidentes, suscita indícios suficientes para se verificar eventual movimentação atípica de recursos, fluxos financeiros entre empresas relacionadas e repasses decorrentes das atividades sob investigação".

A defesa de Luchsinger afirmou que ela já se colocou à disposição para prestar esclarecimentos, que nunca teve envolvimento com o INSS e que a relação comercial com Antunes não passou da fase de "prospecção".