O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa nesta quinta-feira, em Brasília, de um almoço com a cúpula das Forças Armadas, em um gesto de aproximação após a prisão de generais envolvidos na tentativa de golpe de Estado. O encontro, que ocorre no Clube do Exército, terá um discurso cuidadosamente preparado pelo Palácio do Planalto e pelo Ministério da Defesa, com tom conciliatório e objetivo de evitar tensões na caserna.

Pela primeira vez desde as prisões de militares condenados pelo Supremo Tribunal Federal, Lula se reúne com os comandantes do Exército, Tomás Paiva, da Marinha, Marcos Olsen, e da Aeronáutica, Marcelo Kanitz Damasceno. Entre os detidos estão o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, e o ex-ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, ambos generais, além do ex-comandante da Marinha, Almir Garnier, e do ex-ministro Walter Braga Netto.

O presidente pretende ressaltar as realizações do governo voltadas aos militares, como o aumento do orçamento destinado à modernização das Forças Armadas. O Congresso aprovou um aporte de R$ 5 bilhões anuais, fora do limite de gastos públicos, para projetos como o Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (Sisfron), o desenvolvimento do submarino nuclear brasileiro, a renovação da frota de aviões de combate Gripen e a modernização de navios e sistemas de mísseis táticos.

Além disso, Lula deve destacar a criação de uma nova unidade do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) em Fortaleza (CE), reforçando o compromisso do governo com o fortalecimento das Forças Armadas e com a soberania nacional.

O almoço de final de ano com a cúpula militar é tradicional na agenda presidencial. No ano passado, o evento foi cancelado devido a uma cirurgia de emergência à qual Lula foi submetido. Desta vez, o presidente aposta no diálogo para evitar ruídos e fortalecer a relação institucional.