Poder e Governo

PF pede mais tempo para concluir perícia médica de Augusto Heleno

Corporação avalia se ex-ministro, diagnosticado com Alzheimer, tem condições de continuar preso em unidade militar

Agência O Globo - 17/12/2025
PF pede mais tempo para concluir perícia médica de Augusto Heleno
General Augusto Heleno - Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

A Polícia Federal (PF) solicitou ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), uma prorrogação do prazo para apresentar a perícia médica do ex-ministro Augusto Heleno, do Gabinete de Segurança Institucional. O prazo terminaria nesta quarta-feira, mas a PF pede até o dia 26 de dezembro para entregar o resultado da avaliação.

A perícia foi realizada na última sexta-feira em Heleno, que cumpre pena no Comando Militar do Planalto. Segundo a corporação, o médico responsável solicitou mais tempo para analisar novos documentos apresentados pela defesa.

A determinação para realização da perícia partiu de Moraes no início do mês, após a defesa de Heleno pedir sua transferência para prisão domiciliar, em razão de um diagnóstico de Alzheimer. O objetivo é avaliar a memória e demais funções cognitivas do ex-ministro, além dos cuidados necessários para a manutenção de sua integridade física e cognitiva e a necessidade — ou não — de supervisão contínua.

Moraes justificou a medida diante de "informações contraditórias" sobre o estado de saúde de Heleno. O diagnóstico foi revelado pelo próprio ex-ministro após sua prisão, no fim de novembro. Segundo Heleno, ele convive com a doença desde 2018, enquanto a defesa afirma que o quadro foi fechado no início deste ano.

Heleno cumpre pena de 21 anos de prisão imposta pelo STF na ação penal da trama golpista. Por ser general da reserva, permanece em unidade militar.

No momento da admissão na prisão, Heleno passou por exame médico e declarou ser "portador de Demência de Alzheimer em evolução desde 2018, com perda de memória recente importante".

Os advogados do ex-ministro alegam que pode ter havido um erro do perito responsável pelo exame inicial e sustentam que o diagnóstico correto é deste ano.