Poder e Governo
Militares relatam estado 'aéreo' de Heleno na prisão e reforçam pedido por domiciliar
Condenado pelo STF a 21 anos de prisão por participação em trama golpista, general Heleno está detido no Comando Militar do Planalto desde 25 de novembro.
Militares que visitaram o general Augusto Heleno têm relatado que o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) do governo Jair Bolsonaro apresenta comportamento "aéreo" na prisão, o que intensificou os pedidos para que ele cumpra a pena em regime domiciliar. O pedido já havia sido protocolado anteriormente por seus advogados.
Condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 21 anos de prisão por envolvimento na trama golpista, Heleno foi levado ao Comando Militar do Planalto em 25 de novembro, por determinação do ministro Alexandre de Moraes.
A pressão para que Heleno seja transferido para casa também recai sobre o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro. Entretanto, ele tem afirmado a interlocutores que não vê possibilidades de atuar para viabilizar a mudança do regime de prisão.
José Múcio e o comandante do Exército, general Tomás Paiva, conversaram com o ministro Alexandre de Moraes uma semana antes das prisões de Heleno e do ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira. Ambos solicitaram que não fossem usadas algemas e que os generais fossem conduzidos por militares, pedidos que foram atendidos.
Após as prisões, a tensão aumentou, especialmente entre militares da reserva, e Múcio tem buscado evitar que a animosidade gere ruídos entre os militares da ativa. A expectativa é que a perícia médica realizada pela Polícia Federal em Heleno, a pedido de Moraes, possa abrir caminho para o cumprimento da pena em casa. A PF também solicitou um encontro com a esposa de Heleno para esclarecer "pontos relativos ao grau de dependência do general para as atividades de vida diária".
Além de descreverem Heleno como "aéreo", militares que estiveram com Paulo Sérgio Nogueira nos últimos dias o classificaram como "abatido". José Múcio, entretanto, não tem mantido contato direto com os condenados. Tanto Augusto Heleno quanto Paulo Sérgio Nogueira cumprem pena em salas especiais no Comando Militar do Planalto.
Durante os quatro anos do governo Bolsonaro, Heleno foi titular do Gabinete de Segurança Institucional. Aos 78 anos, ele declarou sofrer de Alzheimer, doença que causa perda de memória e outros efeitos. Segundo a defesa, exames já indicavam perda cognitiva desde 2018, e o diagnóstico foi confirmado em 2025. Moraes determinou a realização de exames complementares antes de decidir sobre o pedido de prisão domiciliar. A Procuradoria-Geral da República (PGR) já se manifestou favorável ao cumprimento da pena em casa.
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