Imagens de câmeras de segurança flagraram o juiz federal Eduardo Appio, da 18ª Vara de Curitiba, furtando três garrafas de champanhe em um supermercado de Blumenau, Santa Catarina. O magistrado, que em 2023 esteve à frente de processos da Operação Lava Jato na capital paranaense, está afastado cautelarmente de suas funções desde 30 de outubro.

O caso foi revelado pelo portal g1. Segundo a decisão, Appio furtou no dia 29 de setembro deste ano uma garrafa de champagne Moët & Chandon, avaliada em R$ 399. Ele teria retornado ao estabelecimento em outras duas ocasiões e levado mais duas garrafas da mesma bebida, ocultando-as "conscientemente em sacola de compras".

O Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) instaurou, no fim de novembro, um procedimento administrativo disciplinar contra o juiz, determinando o fim do sigilo do processo e a manutenção do afastamento de Appio. Ele também está proibido de utilizar veículos e equipamentos da Justiça Federal, além de não poder acessar o prédio do TRF-4 onde trabalhava.

Em nota, Appio afirmou estar sendo alvo de perseguição e classificou o caso como "fake news".

A Corte Especial do TRF-4 negou um pedido do magistrado para celebração de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC). A conduta atribuída ao juiz é descrita como "possível infração disciplinar de alto grau de lesividade".

Appio já havia sido afastado da 13ª Vara Federal de Curitiba, responsável pelos processos da Lava Jato, em 2023. Na ocasião, o TRF-4 entendeu que o juiz tinha relação com um telefonema anônimo com ameaças ao filho do desembargador Marcelo Malucelli, após decisão que restabeleceu a prisão de Tacla Duran. O processo foi arquivado após a transferência de Appio para outra vara e uma audiência de conciliação no Conselho Nacional de Justiça (CNJ).