Poder e Governo
PSD filia José Arruda e prepara candidatura ao governo do DF em oposição ao bolsonarismo
Ex-governador está inelegível devido à condenação por esquema de propinas e depende de novo entendimento da Lei da Ficha Limpa para viabilizar candidatura.
O PSD oficializou, na noite de ontem, a filiação do ex-governador José Arruda, apontando-o como principal aposta do partido para disputar o governo do Distrito Federal em 2026. A candidatura surge como oposição à vice-governadora Celina Leão (PP), indicada como sucessora do governador Ibaneis Rocha (MDB) e apoiada pelo bolsonarismo local. O anúncio ocorreu durante evento no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília, com a presença do presidente nacional da sigla, Gilberto Kassab, correligionários e parlamentares de diferentes espectros políticos.
Durante o evento, Kassab destacou a trajetória de Arruda e elogiou sua experiência à frente do governo do DF. O dirigente também fez acenos aos parlamentares bolsonaristas presentes, como o senador Izalci Lucas (PL-DF) e o deputado federal Alberto Fraga (PL-DF).
— Essa noite traz uma expectativa positiva em relação ao futuro de Brasília. O PSD se organiza para disputar a eleição do ano que vem com os melhores quadros. O PSD de Brasília começa a construir um novo capítulo da sua história. Começa a se preparar para governar Brasília. Arruda é quem melhor conhece os desafios que Brasília tem pela frente. O melhor projeto para Brasília é Arruda — afirmou Kassab.
José Arruda governou o DF a partir de 2007, mas teve o mandato cassado e os direitos políticos suspensos em 2010 devido ao envolvimento no escândalo conhecido como "Caixa de Pandora", que investigou o recebimento de propinas. Em outubro deste ano, a defesa do ex-governador solicitou a anulação da condenação por improbidade administrativa, mas o pedido foi negado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). Apesar disso, há expectativa de que mudanças recentes na Lei da Ficha Limpa possam beneficiar Arruda, já que o novo entendimento prevê que a contagem do período de inelegibilidade deve começar a partir da decisão que decreta a perda do cargo, e não do término do mandato — o que, no caso de Arruda, ocorreu há mais de dez anos.
Após 15 anos afastado da política, Arruda manifestou o desejo de retornar ao cenário eleitoral, evocando a herança de Juscelino Kubitschek, responsável pela construção de Brasília, e criticando o grupo político de Ibaneis Rocha.
— A nossa missão será muito difícil: combater os que têm a máquina, os que têm dinheiro, os que sobram de arrogância. A nossa caminhada não será fácil, mas é necessária se a gente quiser resgatar Brasília. O PSD é o partido pelo qual Juscelino Kubitschek, o maior brasileiro da nossa história, foi eleito presidente da República e, em apenas 3 anos, construiu Brasília e mudou o Brasil — declarou Arruda durante a cerimônia.
O atual governador, Ibaneis Rocha, sinalizou apoio à vice-governadora Celina Leão como sua sucessora e deve investir em uma candidatura ao Senado, em uma chapa com respaldo do bolsonarismo. O PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, tende a lançar a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro para a principal vaga ao Senado, enquanto a deputada federal Bia Kicis (PL-DF) deve ocupar a segunda posição, conforme anunciado em evento recente com a presença de Michelle.
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