O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva discute internamente a possibilidade de criar o Ministério da Segurança Pública no próximo ano. Além de cumprir uma promessa feita durante a campanha de 2022, a implantação da nova pasta seria uma resposta direta à população em um dos temas em que a gestão petista enfrenta maior desaprovação.

Enquanto alguns integrantes do primeiro escalão afirmam que a decisão já está tomada, outros ponderam que ainda não há definição por parte de Lula.

Parte dos auxiliares do presidente avalia que, embora a criação do ministério seja necessária, o momento não seria o mais oportuno, já que a nova estrutura teria pouco tempo para apresentar resultados concretos antes das eleições de outubro. Também argumentam que a existência da pasta poderia aumentar a cobrança sobre o governo em relação aos problemas da área.

O ministro da Casa Civil, Rui Costa, era um dos que defendiam internamente essa cautela. No entanto, segundo aliados, ele já se convenceu de que a criação da pasta será efetivada por Lula. A decisão final deve ser anunciada até janeiro.

A preocupação com a segurança pública tem impactado a popularidade do presidente. Segundo pesquisas da Quaest, a aprovação do governo, que era de 48% em outubro, oscilou para 47% em novembro, enquanto a desaprovação subiu de 49% para 50%. O instituto atribui a variação à crescente preocupação da população com a segurança, especialmente após a operação policial no Rio de Janeiro, em 28 de outubro, que resultou em 122 mortes. Entre outubro e novembro, o percentual de brasileiros que apontam a violência como maior preocupação aumentou de 30% para 38%.