Natalia Szermeta Boulos, esposa do ministro Guilherme Boulos, anunciou nesta segunda-feira sua pré-candidatura à Câmara dos Deputados para as eleições de 2026. O PSOL aposta que a advogada possa herdar parte do capital eleitoral do marido, que foi o deputado federal mais votado de São Paulo em 2022. Segundo Boulos, atual titular da Secretaria-Geral da Presidência, ele permanecerá no governo federal até o fim do mandato, não sendo opção para o eleitorado paulistano no próximo pleito. A decisão pela candidatura de Natalia foi construída em conjunto com movimentos sociais, como o MTST.

Em publicação nas redes sociais, Natalia destacou a importância do momento político: “No próximo ano temos duas importantes tarefas: reeleger o presidente Lula e mudar o Congresso Nacional que hoje se comporta como inimigo do povo”, escreveu.

Natalia concorrerá por uma vaga na Câmara ao lado da deputada Ediane Maria (PSOL), também indicada por movimentos sociais, que busca a reeleição. Advogada e secretária de organização do PSOL, Natalia ressaltou sua trajetória: “Dediquei mais de 20 anos da minha vida construindo na ponta, com o pé no barro, o que eu acredito: a organização popular”.

O PSOL em São Paulo enfrenta o desafio de manter sua bancada diante da cláusula de barreira e da saída de Boulos para o governo federal. O partido aposta em nomes com atuação combativa nas redes sociais, de olho no fortalecimento para as eleições de 2026.

Além de tentar evitar a redução da bancada, a legenda busca superar adversários bolsonaristas em estados como São Paulo e Rio de Janeiro, mirando eleger os deputados mais votados. O foco principal é São Paulo, onde Boulos obteve mais de 1 milhão de votos em 2022, tornando-se o deputado mais votado do estado e o segundo do país. Em 2023, ao disputar a prefeitura, atingiu 2,1 milhões de votos, mas foi derrotado por Ricardo Nunes (MDB).

A saída de Boulos abre espaço para a deputada Erika Hilton (PSOL-SP), principal aposta do partido como puxadora de votos em São Paulo. Primeira mulher trans eleita pelo estado para a Câmara, Erika ganhou destaque em pautas como o fim da escala 6x1.

Em 2022, o PSOL atingiu a cláusula de barreira em 12 estados e, em 2026, precisará eleger ao menos 13 deputados em um terço das unidades da federação ou alcançar 2,5% dos votos válidos. Outros nomes tradicionais podem deixar a disputa: Luiza Erundina, aos 91 anos, avalia se tentará reeleição, e Ivan Valente, aos 79, lançará Juliano Medeiros como sucessor.

Internamente, a expectativa é que Natalia Szermeta amplie a presença do partido em atos e articulações nas redes, absorvendo votos ligados ao MTST, movimento onde Boulos iniciou sua trajetória política.