Poder e Governo
Atos contra anistia e Congresso no Rio e em SP têm público menor que protestos contra PEC da Blindagem
Monitor da USP aponta 18,9 mil em Copacabana e 13,7 mil na Paulista neste domingo, ante mais de 40 mil em atos de setembro
Levantamento do Monitor do Debate Político da USP, em parceria com a ONG More in Common, indica que as manifestações deste domingo (10) contra o projeto de lei da dosimetria — que reduz penas para condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro e pode beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) — reuniram públicos significativamente menores do que os registrados em setembro, quando protestos contra a chamada PEC da Blindagem mobilizaram multidões.
No Rio de Janeiro, o ato político-cultural realizado na Praia de Copacabana reuniu 18,9 mil pessoas em seu pico, com margem de erro de 12% (variando entre 16,7 mil e 21,2 mil), segundo o monitoramento. Em setembro, na mesma orla, a mobilização contra a PEC da Blindagem chegou a 41,8 mil participantes no auge. Em São Paulo, a manifestação na Avenida Paulista somou 13,7 mil pessoas (intervalo de 12,1 mil a 15,4 mil), número bem inferior ao do protesto de setembro, que contabilizou cerca de 42 mil pessoas na via.
As estimativas foram obtidas por meio de fotos aéreas analisadas por software de inteligência artificial, metodologia utilizada pelo Monitor do Debate Político para calcular a presença de público. No Rio, o maior fluxo ocorreu por volta das 17h; em São Paulo, o pico foi registrado às 16h13.
Convocados por frentes e movimentos de esquerda, centrais sindicais e coletivos culturais, os atos deste domingo tiveram como alvo o PL da dosimetria, aprovado pela Câmara dos Deputados, que altera o cálculo de penas para crimes contra o Estado Democrático de Direito e pode beneficiar condenados pelos ataques de 8 de janeiro, incluindo Bolsonaro. Além da pauta “Sem anistia”, manifestantes fizeram críticas diretas ao Congresso Nacional e ao presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos).
No Rio, o protesto mesclou discursos políticos e apresentações musicais, repetindo o formato do ato de setembro. Em São Paulo, a concentração diante do Masp contou com a presença de dirigentes partidários e ministros, que fizeram duras críticas à anistia e à agenda do Legislativo. Apesar da participação de artistas e lideranças nacionais, a ocupação da Paulista permitiu circulação pelas laterais mesmo nos momentos de maior aglomeração, evidenciando um público menor do que o observado três meses antes.
Além do Rio e de São Paulo, também foram registrados protestos em Brasília e em outras capitais. Ainda assim, os dados consolidados pelo monitor mostram que a capacidade de mobilização neste domingo ficou aquém daquela observada no auge das manifestações contra a PEC da Blindagem — proposta que previa alterações constitucionais para proteger parlamentares de ações judiciais. Aprovada em setembro pela Câmara, a PEC foi posteriormente rejeitada por decisão unânime da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa.
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