O vice-presidente Geraldo Alckmin afirmou nesta sexta-feira (12) que a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de retirar as sanções da Lei Magnitsky contra o ministro Alexandre de Moraes foi "importantíssima e justa". Alckmin confirmou que o presidente Lula insistiu junto a Trump pela revogação das penalidades.

— (É) uma decisão importantíssima e justa, porque ninguém pode ser punido por exercer o seu dever, que é o dever de um ministro da Suprema Corte — declarou Alckmin. — Desde a primeira conversa telefônica do presidente Lula com o presidente Trump, ele destacou a necessidade de alterar a aplicação da Lei Magnitsky. Eu estava ao lado e presenciei. Ele insistiu em duas coisas: a retirada da Magnitsky e a questão tarifária, mostrando que os Estados Unidos tinham superávit na balança comercial com o Brasil — completou o vice-presidente.

A declaração de Alckmin foi dada durante jantar de confraternização do grupo de advogados progressistas Prerrogativas, realizado na Casa Natura, em Pinheiros, Zona Oeste de São Paulo. O evento contou com apresentações de Xande de Pilares e da dupla Edu Krieger e Natalia Voss.

Além do tema das sanções, Alckmin também abordou no evento o PL da dosimetria, que tramita no Congresso Nacional.

— Eu acho que a gente nunca deve fazer mudanças legislativas baseadas em questões momentâneas. A legislação deve ter estabilidade, deve ser mais estrutural. Ela não deve ser motivada por questões locais. Por outro lado, reforça uma sensação na opinião pública de que, quando é pessoa mais simples, a punição é dura. Mas, para o crime do colarinho branco, para os mais poderosos, abranda. Não é um bom exemplo — avaliou.

Também presente ao evento, a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, comemorou a revogação das medidas contra Moraes.

— Achei muito bom, maravilhoso. Acho que é um sucesso da democracia brasileira, do Brasil e do esforço do presidente Lula. Primeiro, defender a soberania, defender o país, mas também negociar. Isso mostra o que é um estadista. Fiquei muito feliz com esse resultado — disse Gleisi.

O Prerrogativas, responsável pelo evento, foi fundado em 2014 e reúne mais de mil integrantes. Na fundação, liderados pelo advogado Marco Aurélio Carvalho, o grupo se posicionou contra os questionamentos eleitorais feitos pelo então candidato à presidência Aécio Neves (PSDB-MG), que contestou a reeleição de Dilma Rousseff (PT). Durante a Operação Lava Jato, o "Prerrô", como é conhecido, ganhou destaque por críticas ao então juiz Sergio Moro e ao ex-procurador Deltan Dallagnol.

Foi em um jantar do Prerrogativas, em 2021, que Lula e Alckmin apareceram juntos pela primeira vez, marcando o início da articulação da chapa presidencial vitoriosa no ano seguinte.