Poder e Governo

Líder da oposição protocola representação no TCU contra campanhas do governo críticas ao Congresso

Zucco afirma que peças publicitárias 'constrangem' opositores a votar a favor de projetos de interesse do Planalto

Agência O Globo - 11/12/2025
Líder da oposição protocola representação no TCU contra campanhas do governo críticas ao Congresso
Luciano Zucco (PL-RS) - Foto: Marina Ramos / Câmara dos Deputados

O líder da oposição na Câmara, Luciano Zucco (PL-RS), protocolou uma representação no Tribunal de Contas da União (TCU) contra integrantes da Secretaria de Comunicação Social (Secom) do governo federal. O motivo da ação são campanhas veiculadas nas redes sociais oficiais que defendem propostas legislativas de interesse do Planalto e criticam parlamentares da oposição.

No documento, Zucco alega que o governo estaria utilizando a publicidade institucional para "constranger deputados e senadores que têm opiniões contrárias" e "mobilizar politicamente os cidadãos em favor das decisões políticas (e não administrativas) dos agentes governantes".

Entre os exemplos citados, o parlamentar menciona as campanhas relacionadas à proposta de isenção do Imposto de Renda (IR) para quem recebe até R$ 5 mil. À época, o conteúdo tinha como mote a "taxação BBB", que defendia o aumento de tributos para bilionários, bancos e casas de apostas. "A tentativa de constrangimento é tamanha que há afirmações de que deputados contrários ao projeto do governo sobre o IR 'protegem os super-ricos' e 'prejudicam milhões de trabalhadores'", afirma o texto da representação.

A proposta citada foi aprovada na Câmara em setembro, no Senado no mês seguinte, e sancionada pelo presidente Lula há duas semanas.

Zucco também destaca que há "concentração de postagens nas vésperas e nos dias de votações dos projetos no Congresso". Outras campanhas mencionadas tratam do fim da escala 6x1, da PEC da segurança pública e do PL Antifacção. São citados na denúncia o ministro Sidônio Palmeira, a secretária de Estratégias e Redes, Mariah Queiroz Costa Silva, além de outros integrantes em cargos de direção da Secom.

A representação ainda faz referência a uma decisão do próprio TCU, em 2019, que interrompeu a veiculação de uma campanha do governo Bolsonaro para divulgação do pacote anticrime. "Passados seis anos, o que foi coibido pelo TCU virou prática iterativa em 2025 no Instagram, demais redes sociais do governo e outros meios de comunicação", diz o documento.

O jornal O Globo informou que busca contato com a Secom e atualizará a reportagem caso haja resposta da pasta.