Poder e Governo
Tarcísio diz que deputados fizeram "o possível politicamente" sobre dosimetria de penas
Governador de São Paulo articulou anistia no Congresso para favorecer o ex-presidente Jair Bolsonaro, de quem foi ministro
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmou nesta quinta-feira, 11, que a aprovação da dosimetria das penas para condenados por golpe de Estado, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro, representou "o possível politicamente" e defendeu o avanço da pauta no Senado.
— É o possível no momento. Eu entendo que a gente precisa buscar um caminho de pacificação, de restabelecimento da Justiça. Temos que dar os passos possíveis, e o que era possível politicamente era isso. Então, vamos avançar com esses passos e pensar depois nos próximos — declarou Tarcísio após a entrega de moradias populares em Carapicuíba, na região metropolitana.
A revisão das penas foi aprovada na Câmara dos Deputados na madrugada de terça-feira, 9, logo após o lançamento da candidatura presidencial do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), a pedido do pai, Jair. Apesar de reduzir o tempo previsto para o ex-presidente em regime fechado, com possibilidade de deixar a prisão em 2029, a medida não atende completamente aos anseios dos bolsonaristas, que defendem uma anistia total.
Tarcísio articulou publicamente pela anistia em Brasília neste ano. Nos bastidores, interlocutores apontam pragmatismo, inclusive do governador, diante das dificuldades em aprovar o perdão e do receio de confronto com ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), que já sinalizaram a inconstitucionalidade do modelo.
Governador reconhece "epidemia" de feminicídios em São Paulo
Tarcísio também comentou o aumento dos casos de feminicídio no estado. Segundo ele, há uma "epidemia" de violência contra a mulher, o que motivou a escolha da delegada Adriana Liporoni para comandar a Secretaria de Políticas para a Mulher, em substituição à deputada estadual Valéria Bolsonaro (PL). A pasta, conforme mostrou O Globo, segue com orçamento reduzido, como nos anos anteriores.
— É o caso que a gente tem mais dificuldade em combater. Tivemos redução nos homicídios, latrocínios, roubos de carga e de veículos. Mas esses crimes são de natureza muito passional, cometidos por pessoas próximas. Muitas vezes, ainda há certo constrangimento da mulher em procurar ajuda. Precisamos criar canais seguros para que as mulheres possam comunicar — afirmou o governador.
Tarcísio justificou o menor orçamento da secretaria da mulher alegando atuação "transversal", com apoio de outras pastas, como a Segurança Pública. Segundo ele, isso permitiu ampliar delegacias especializadas e criar um aplicativo para registro mais ágil de boletins de ocorrência.
— Espero que possamos aumentar a eficiência no combate a esse tipo de crime. A escolha de uma delegada visa dar enfoque ao principal. Saúde da mulher é importante, emancipação também, mas há hoje um grande problema, uma grande epidemia, que é a violência contra a mulher. Temos que combater essa chaga, esse mal, e vamos usar toda a energia necessária para isso — concluiu.
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