Brasil

China reforça parceria com Brasil, que se torna terceiro principal destino do capital de Pequim

04/09/2025
China reforça parceria com Brasil, que se torna terceiro principal destino do capital de Pequim
Foto: © Foto / Ricardo Stuckert / Presidência da República

Um estudo do Conselho Empresarial Brasil-China (CEBC) identificou que o Brasil é o terceiro principal destino do capital chinês no exterior, ficando atrás apenas de Reino Unido e Hungria. Os US$ 4,2 bilhões investidos por empresas de Pequim no território brasileiro em 2024 significam um aporte maior que o dobro em relação ao ano anterior.

Em meio ao fortalecimento diplomático entre os governos de Luiz Inácio Lula da Silva e Xi Jinping, as empresas chineses estão aportando dinheiro em ao menos 39 projetos no Brasil. A maioria das ações são voltadas para projetos nos setores de energia, assim como em áreas de inovação, como com carros elétricos.

Em entrevista publicada pelo portal Terra, Uallace Moreira, chefe de desenvolvimento industrial do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), afirmou que a chegada de novas empresas de Pequim no Brasil vai aumentar a competitividade industrial no país, visto por ele como algo positivo.

"É excelente a entrada da China. Vai promover um choque de competitividade com outras empresas no setor brasileiro industrial. [...] Mas a gente precisa ir além e fazer com que esses investimentos desenvolvam as cadeias produtivas aqui."

Atualmente, algumas empresas chinesas têm como característica a importação de peças, realizando apenas a montagem do produto final no Brasil. Este formato de negócio prejudica a economia local, já que parte da cadeia produtiva da indústria continua fora do país.

O estudo do CEBC aponta também que o Brasil, que entre 2015 e 2019 recebeu uma média de US$ 6,6 bilhões por ano de investimento da China, ocupou em 2022 e 2023 a nona posição entre o destino global de recursos das empresas de Pequim.

O principal autor do levantamento, Tulio Cariello, explicou que a proximidade do Brasil com o governo chinês e o distanciamento causado pela atual política externa dos Estados Unidos, fazem com que mais recursos de empresas de Pequim sejam aplicados em Brasília do que em Washington.

"É uma tendência causada por essas tensões geopolíticas."