Cidades
Sobrevivente de serial killer depõe em julgamento e relata sequelas do atentado em Maceió
Barbeiro Alan Vitor ficou em coma por um mês após ser baleado e hoje enfrenta limitações que afetam sua vida pessoal e profissional

O julgamento do serial killer de Maceió, Albino Santos de Lima, teve momentos de forte emoção nesta quinta-feira (4), no Fórum da Capital, no bairro Barro Duro, em Maceió. Uma das principais testemunhas foi o jovem barbeiro Alan Vitor dos Santos Soares, sobrevivente de uma tentativa de homicídio praticada pelo réu em 2024.
Durante seu depoimento, Alan relembrou os instantes em que foi perseguido e baleado, no dia 12 de junho do ano passado, no bairro Vergel do Lago. Ele foi atingido por quatro disparos — um na nuca, dois no pulmão e outro de raspão na orelha — e passou um mês em coma. Mesmo após dois meses de internação, ainda carrega uma bala alojada no corpo e convive com graves sequelas: utiliza bolsa de colostomia, sofre crises epilépticas, depende de medicação contínua e perdeu parte da mobilidade de um dedo da mão, o que compromete seu trabalho na barbearia.
O processo ouviu ainda testemunhas próximas à vítima. Laura Nicole, irmã de Alan, afirmou que o irmão nunca teve envolvimento com drogas e que a família desconhece a motivação do crime. Ela relatou que Albino acompanhava Alan pelas redes sociais e, no dia do atentado, chegou a ouvir os disparos que deixaram o jovem desacordado.
Amigos de infância e colegas de profissão também depuseram. Wesley Michael Alves disse ter visto o acusado fugindo após os tiros, vestido de preto, e revelou que Albino chegou a assistir a uma transmissão ao vivo feita por Alan cortando cabelo no mesmo dia. Já Diego Rafael Santos contou que Alan sempre ajudava sua família com o trabalho na barbearia e que o crime marcou profundamente sua vida.
Apontado pela polícia como autor de 18 homicídios e seis tentativas entre 2019 e 2024, Albino Santos já confessou os crimes. Este é o quarto julgamento do réu, que cumpre pena por outros assassinatos, incluindo o do adolescente Emerson Wagner da Silva, de 17 anos, também barbeiro e amigo de Alan. Pelo caso, ele foi condenado a 37 anos, um mês e 15 dias de prisão.
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