Brasil
Defesa de Bolsonaro diz que acusação é 'fraca' e que ex-presidente deve ser absolvido se julgamento for 'estritamente jurídico'

Em entrevista nesta quarta-feira (3), o advogado Paulo Cunha Bueno, que representa o ex-presidente Jair Bolsonaro, afirmou que o julgamento em curso não apresentou surpresas e reiterou sua expectativa de absolvição caso a análise dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) siga critérios puramente técnicos.
"Não há nenhuma surpresa ali. Todas as linhas de argumentação, os elementos de prova já estavam colocados por escrito nos autos. [...] Seguiu o que se esperava dentro da normalidade", avaliou o advogado, ao comentar os dois primeiros dias de julgamento.
Questionado sobre as expectativas para os votos dos ministros na próxima semana, Bueno voltou a criticar a fragilidade da acusação. "A prova é muito ruim, a acusação é muito fraca, a imputação de fatos que sequer são criminosos", declarou.
"Se o julgamento for estritamente jurídico, não há por que condenar o ex-presidente Bolsonaro. Se houver influxos de política, é outra questão", acrescentou, em seguida.
O advogado também comentou sobre o estado de saúde do ex-presidente, afirmando que Bolsonaro está com a saúde "extremamente fragilizada". "Eu estive com ele. Eu tenho visto soluços muito fortes, até aflitivo, e a orientação médica é de que, de fato, ele permaneça [em casa]", disse.
Segundo o defensor, o ex-presidente tem evitado o estresse físico e emocional causado pelo julgamento, mas deve estar acompanhando os desdobramentos do caso. "Certamente está acompanhando".
Em relação às acusações que pesam contra Bolsonaro, Paulo Cunha Bueno foi categórico ao rejeitar qualquer ligação do ex-presidente com intenções golpistas: "o presidente jamais teve qualquer intuito golpista. [...] Não praticou qualquer ato de violência ou grave ameaça que visasse um golpe de Estado ou a abolição do Estado democrático de direito. Os fatos são completamente atípicos e penalmente acromáticos. Essa acusação não deveria existir".
Ao ser perguntado sobre as alegações de outros réus, como o general Paulo César, Bueno disse que não acompanhou a defesa do colega e se limitou a reafirmar os pontos que apresentou em sua sustentação oral no processo.
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