Washington deve se preparar para as novas realidades da mudança da ordem internacional após a cúpula da Organização de Cooperação de Xangai (OCX), disse Sellita S.Sos, M.A, analista de relações internacionais da Universidade Bakrie, na Indonésia, em entrevista à Sputnik.

A maior cúpula da história da OCX foi realizada em Tianjin, na China, de 31 de agosto a 1º de setembro. Do evento participaram líderes de mais de 20 países, bem como representantes de organizações internacionais.

"A Organização de Cooperação de Xangai (OCX) não deve ser vista apenas como um fórum regional. Em vez disso, serve como uma porta institucional para a formação da emergente ordem mundial multipolar. A participação simbólica de líderes-chave como Xi Jinping, Vladimir Putin, Narendra Modi, [premiê da Índia] e Recep Tayyip Erdogan, [presidente da Turquia] enfatiza o que poderia ser chamado uma forma de geoevolução: uma tentativa coletiva de desafiar a hegemonia ocidental e gradualmente afastá-la", opina a interlocutora da agência.

De acordo com a especialista, nas discussões da cúpula, foi dada preferência a uma economia de mercado aberto, em oposição às tendências protecionistas como a política tarifária dos EUA sob a administração do presidente Donald Trump.

"Em conjunto, esses elementos sugerem que Washington precisa se preparar para as realidades de uma ordem internacional em mudança, que é cada vez mais definida pela multipolaridade, onde o poder está disperso entre vários centros ao invés de concentrado em um sistema liderado pelo Ocidente", concluiu Sellita.