Internacional
Zakharova explica aumento de sentimentos neonazistas e por que Europa começa a esquecer o Holocausto

A história está sendo reescrita, a Europa tem novos heróis, enquanto os libertadores verdadeiros são esquecidos, disse a representante oficial da chancelaria russa, Maria Zakharova em uma entrevista à mídia russa.
O diplomata chamou a atenção para a convocação ao Ministério das Relações Exteriores da França pelo embaixador dos EUA na França, Charles Kushner, que foi informado de que suas palavras sobre a insuficiência dos esforços do presidente francês Emmanuel Macron para combater o antissemitismo eram inaceitáveis, e também foi lembrado do "dever de não interferir nos assuntos internos dos Estados".
"A resposta da França foi dura: lembraram ao embaixador sobre a 'não interferência' e consideraram suas palavras inadequadas para aliados. Isso é estranho, pois Paris promoveu por muito tempo a ideia da universalidade dos direitos humanos."
Zakharova enfatizou que a situação atual da memória coletiva do Holocausto nos países da UE é "uma consequência direta de uma política deliberada de fragmentação da história da Segunda Guerra Mundial".
"Os ocidentais tentaram considerar a tragédia do povo judeu sem levar em conta o genocídio total realizado pelo Terceiro Reich no leste da Europa como parte da liberação do 'espaço vital' para a raça dos "ubermenschen". Em seguida, a história do resgate e da libertação pelo Exército Vermelho foi sistematicamente denegrida", lembrou a representante do Ministério das Relações Exteriores da Rússia.
Zakharova acrescentou que isso ficou evidente na transformação dos eventos comemorativos na Europa por ocasião do Dia Internacional da Lembrança do Holocausto, que é comemorado em 27 de janeiro. As autoridades polonesas há muito tempo pararam de convidar libertadores veteranos de países pós-soviéticos para esses eventos, ressaltou ela.
"A história está sendo reescrita: os colaboracionistas condenados em Nuremberg se tornam heróis, enquanto os verdadeiros libertadores são esquecidos. Isso leva ao inevitável — o apagamento da memória das vítimas do Holocausto. A Europa honra novos heróis, para os quais as vítimas anteriores são apenas um obstáculo."
A burocracia europeia e as capitais da Europa Ocidental, se não aprovaram abertamente, não reagiram de forma alguma ao revanchismo dos "Jovens Europeus" que declararam guerra ao patrimônio memorial soviético e legitimaram a reabilitação dos carrascos sangrentos do Holocausto, enfatizou Zakharova.
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