A mãe de Erick Lucas da Silva, preso pelo assassinato de Roseane Tenório dos Santos Jerônimo, de 39 anos, falou pela primeira vez após o crime e trouxe detalhes do comportamento violento do filho. Em entrevista exclusiva à repórter Maria Maciel, da TV Pajuçara, nessa quarta-feira (27), ela contou que foi vítima de agressões e que tentou, sem sucesso, alertar Roseane sobre os riscos de se envolver com ele.

Segundo o relato, Erick acumulava episódios de violência. “Eram agressões, danos morais, brigas dentro do prédio com o síndico... Ele também tem várias entradas em delegacia por agressão. Foi preso no interior porque bateu na esposa de resguardo. Ele era do tipo: ‘sou eu, a lei sou eu, faço do jeito que quero’. Tentei interná-lo, mas não consegui”, afirmou a mãe, que preferiu não ser identificada.

Ela disse ainda que Roseane chegou a acreditar que Erick fosse um “príncipe”, mas que tentou alertá-la sobre o passado dele. “Expliquei a ela que ele já tinha sido preso, que tinha envolvimento com agressões. Ele era muito envolvente quando queria conseguir algo”, acrescentou.

A mãe relatou que, em abril deste ano, também foi agredida fisicamente pelo filho, ficando com hematomas pelo corpo. “Ele me chutou, agrediu meu marido, e eu lutei com ele. Essa não foi a primeira vez”, contou.

Outro ponto destacado foi a convivência familiar conturbada. “Eu evitava ver meus netos porque teria que ir até a casa dele, e sempre havia discussão. Ele fumava maconha com os meninos no colo. Cheguei a denunciar, mas disseram para mim que era normal”, declarou.

O crime

Roseane foi morta na noite da última sexta-feira (22) com nove golpes de faca, após um encontro com Erick para devolução de uma aliança. O homem foi preso poucas horas depois, na madrugada de sábado (23), na Grota do Pau D’Arco, em Maceió. Durante a fuga, ele tentou se livrar de provas, jogando a bolsa e o celular da vítima no telhado de uma residência. Os objetos foram recuperados, e no aparelho foram encontradas mensagens que confirmam o encontro marcado.

Erick Lucas tem antecedentes criminais por tráfico de drogas, ameaça, lesão corporal, dano e violência doméstica. Ele foi autuado em flagrante por feminicídio e permanece à disposição da Justiça.

A pena

No Brasil, o feminicídio prevê punições severas, com penas que variam de 20 a 40 anos de prisão. Outros crimes relacionados à violência doméstica, como lesão corporal e ameaça, também têm punições agravadas pela Lei Maria da Penha e pela Lei nº 14.994/2024, que endureceu as penalidades para casos de violência de gênero.