Política
Paulão faz “beicinho” e se ausenta da posse de novos secretários do PT em Alagoas
Governador Paulo Dantas nega rompimento e afirma que portas do governo continuam abertas ao deputado federal

A posse dos novos secretários de Estado de Alagoas nas pastas do Meio Ambiente, Direitos Humanos e Secretaria da Mulher, realizada nesta semana, escancarou a disputa interna do Partido dos Trabalhadores (PT) no estado. Todos os três nomes empossados foram indicados pela nova direção estadual do partido, sob o comando do deputado estadual Ronaldo Medeiros, que recentemente sucedeu o deputado federal Paulão no comando da legenda.
A cerimônia foi marcada por uma ausência que não passou despercebida: Paulão não compareceu ao evento, tampouco os secretários exonerados, todos de sua cota pessoal. O gesto foi interpretado como um claro sinal de desconforto político, descrito nos bastidores como um verdadeiro “beicinho” do parlamentar diante da perda de espaço dentro do partido e do governo estadual.
Perda de influência e reação
Até pouco tempo, Paulão exercia protagonismo no PT alagoano e detinha a prerrogativa de indicar os secretários do partido no governo Paulo Dantas (MDB). Com a ascensão de Ronaldo Medeiros ao comando da legenda, essa influência foi esvaziada, e os novos nomes no secretariado foram fruto direto das indicações do novo presidente estadual da sigla.
Sem protagonismo e com a liderança partidária nas mãos de Ronaldo, Paulão se ausentou da posse em protesto silencioso — atitude que reforçou a leitura de que, politicamente, o deputado não assimilou bem a nova realidade.
Governador nega ruptura
Apesar da tensão, o governador Paulo Dantas negou qualquer rompimento. Questionado sobre a ausência do deputado, afirmou:
“As portas do governo estão abertas para Paulão. Se ele decidir disputar a reeleição para a Câmara Federal ou mesmo o Senado, terá a nossa solidariedade”, declarou o governador, adotando tom conciliador.
Ainda assim, Dantas evitou falar em apoio direto, preferindo a neutralidade para equilibrar sua relação com os diferentes grupos petistas e evitar fissuras em alianças futuras.
Clima de arestas
A ausência de Paulão e de seus aliados na posse reforçou a percepção de que existem arestas ainda não resolvidas entre o deputado e o governo estadual. Para analistas políticos, o episódio demonstra que, mesmo sem um rompimento formal, Paulão está em posição fragilizada, tendo perdido espaço de decisão no PT e no Executivo.
A postura de “beicinho” simboliza sua reação à perda de influência, enquanto Ronaldo Medeiros consolida-se como novo articulador do partido no estado. O episódio pode ser prenúncio de disputas mais acirradas na corrida eleitoral de 2026.
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