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Arquidiocese do Rio nega discriminação em batizado de menina no Leblon

Família acusa padre de não pronunciar o nome da criança, enquanto instituição afirma que ritual foi seguido corretamente

27/08/2025
Arquidiocese do Rio nega discriminação em batizado de menina no Leblon

A Arquidiocese do Rio de Janeiro se pronunciou, nesta semana, sobre a polêmica envolvendo o batizado de uma menina chamado Yaminah, realizado na Paróquia Santos Anjos, no Leblon, zona sul da capital fluminense. Os pais afirmam que o sacerdote teria se recusado a pronunciar o nome da criança, alegando que não era cristão e estaria ligado a outro culto.

Em nota oficial, a instituição declarou que o batismo seguiu corretamente o Ritual Romano e que o nome foi devidamente citado no momento previsto pela liturgia, além de registrado no livro paroquial e na lembrança entregue à família. A Arquidiocese explicou que, de acordo com o rito, o nome da criança não aparece em todas as etapas da celebração, sendo mencionado apenas em partes específicas.

O comunicado também destacou que padres podem, em alguns casos, oferecer orientações pastorais sobre a escolha de nomes. Essas orientações, porém, têm caráter apenas aconselhativo e não podem impedir a realização do sacramento.

Apesar disso, os pais de Yaminah relataram que o sacerdote teria se referido à filha como “a criança” durante grande parte da cerimônia, o que motivou a formalização de uma queixa na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi). O caso foi registrado como preconceito por raça, cor ou religião.

Segundo a família, o nome foi escolhido por seu simbolismo de justiça, prosperidade e direção. O Código de Direito Canônico prevê que se evitem nomes considerados “alheios ao sentido cristão”, mas não estabelece a obrigatoriedade de nomes de santos.

A Arquidiocese reiterou, na nota, que “repudia qualquer forma de discriminação” e reafirmou seu compromisso com o diálogo, o acolhimento e o respeito à diversidade cultural.