A Secretaria de Estado da Assistência e Desenvolvimento Social (Seades) promoveu, nesta terça-feira (26), no Centro de Convenções, o 3º Simpósio Estadual do Programa Primeira Infância no SUAS/Criança Feliz.

A iniciativa teve como objetivo promover a educação continuada e o fortalecimento das equipes que atuam diretamente com a primeira infância, com ênfase na valorização da diversidade cultural e no respeito às especificidades de comunidades quilombolas e indígenas.

Participaram do encontro gestores municipais, coordenadores, supervisores, visitadores e demais profissionais do Sistema Único de Assistência Social (Suas), em um espaço voltado para formação, diálogo e troca de experiências.

Durante o simpósio, foram apresentadas práticas de destaque realizadas em diversos municípios alagoanos. Teotônio Vilela compartilhou a experiência da Comunidade Quilombola Birros, apresentada pela supervisora Mikelane Oliveira de Almeida Campos. Já Igreja Nova levou as ações desenvolvidas junto às comunidades quilombolas Palmeira dos Negros e Sapé, representadas pela supervisora Raclas Farias Silva.

As comunidades indígenas também estiveram representadas: Pariconha apresentou a atuação junto à Comunidade Katokinn, por meio da coordenadora do Cras Rafaela Santos e da professora indígena Geovana Silva, enquanto Palmeira dos Índios destacou a Comunidade Mata da Cafurna, com a participação da supervisora Carina Maria Santos Ferro de Oliveira, da coordenadora Patrícia Vieira da Silva Barros e da visitadora Tatiane Cândida dos Santos Lima Costa.

Debate sobre diversidade étnico-racial

A programação incluiu a palestra “Diversidade étnico-racial na Primeira Infância: criança é criança em qualquer lugar?”, ministrada pela professora Dra. Marli Araújo, que abordou os impactos do preconceito e da desigualdade racial no desenvolvimento infantil. Em sua fala, a pesquisadora destacou:“Desde a infância já surgem influências que moldam o comportamento e os sentimentos das crianças, e o nome disso é racismo. Quantas crianças negras já foram rainha do milho? Quantos meninos negros já foram rei do baile? E quantas crianças indígenas ocupam esses lugares de destaque? Na minha escola havia uma menina negra, mas só porque ela alisava o cabelo. Isso mostra como, desde cedo, a sociedade define quem é visto como bonito ou digno desses papéis.”

Além da palestra, foi apresentada a pesquisa “Primeira Infância e Diversidade Étnico-Racial”, que analisa a implementação do programa em comunidades quilombolas e indígenas de Alagoas.

Compromisso do Estado com a primeira infância

Para a secretária de Estado da Assistência e Desenvolvimento Social, Kátia Born, o evento reafirma o compromisso de Alagoas com a promoção de uma primeira infância mais inclusiva e respeitosa: “O Programa Primeira Infância no Suas desempenha um papel fundamental no desenvolvimento das nossas crianças. Reconhecer e valorizar a diversidade cultural é garantir não apenas o cuidado, mas também o respeito e a dignidade. Este simpósio demonstra a nossa dedicação em oferecer oportunidades e proteção para que todas as crianças tenham um futuro melhor”, destacou.

O simpósio encerrou com a consolidação dos debates realizados ao longo do dia, reforçando a importância da atuação integrada entre Estado e municípios e do fortalecimento de políticas públicas voltadas para a primeira infância. O encontro se consolidou como um espaço de aprendizado coletivo e construção de estratégias para qualificar ainda mais o atendimento às famílias em comunidades tradicionais de Alagoas.