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Segundo dia de “Legado Socioambiental do PISF” destaca inovações e avanços sociais
O encontro tem como objetivo apresentar resultados da gestão ambiental do Programa de Integração do Rio São Francisco

Petrolina (PE) – Com o objetivo de discutir os avanços ambientais, sociais e científicos do Projeto de Integração do Rio São Francisco (PISF), Petrolina, em Pernambuco, sedia até sexta-feira (15) o evento “Legado Socioambiental do PISF: segurança hídrica e desenvolvimento regional sustentável”, promovido pelo Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR). A iniciativa reúne autoridades, pesquisadores e gestores para debater os avanços da maior obra de infraestrutura hídrica do Brasil.
Debate sobre o legado socioambiental do PISF
Debate sobre o legado socioambiental do PISFNesta quinta-feira (14), segundo dia de evento, a programação contou com debates sobre “Inovações na Gestão Ambiental”, onde métodos desenvolvidos durante o licenciamento do projeto, como reposição florestal e novas estratégias de conservação foram apresentados, e “Avanços Sociais, Emprego e Renda”, evidenciando impactos positivos do PISF nas comunidades, como a criação de empregos, formação de mão de obra, associativismo e fortalecimento de arranjos produtivos.
O encontro tem como objetivo apresentar resultados da gestão ambiental do PISF, com foco na preservação da biodiversidade, no fortalecimento das comunidades beneficiadas e em estratégias inovadoras para mitigar impactos ambientais. Também estão em pauta ações como o monitoramento de fauna e flora, a preservação do patrimônio arqueológico e o estímulo à geração de emprego e renda.
O evento, realizado no Cineteatro da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), conta com visitas de campo a Salgueiro (PE), para conhecer as áreas do Programa de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD) e as Vilas Produtivas Rurais, e a São Raimundo Nonato (PI), onde os participantes irão conhecer os laboratórios da Fundação Museu do Homem Americano (FUMDHAM) e o Sítio Arqueológico Pedra Furada, na Serra da Capivara, entre outras atividades.
O PISF é responsável por levar segurança hídrica a cerca de 12 milhões de pessoas no Nordeste. O diretor do Departamento de Projetos Estratégicos da Secretaria Nacional de Segurança Hídrica (SNSH) do MIDR, Bruno Cravo, destacou que o evento representa uma prestação de contas das ações já realizadas e reforçou a importância desse projeto para a população do semiárido. “Para além da segurança hídrica, o PISF deixa um legado importante de preservação ambiental e desenvolvimento social. Não poderíamos deixar de comemorar os 20 anos do licenciamento desse projeto tão relevante. Mas este não é apenas um momento de olhar para o passado: é também uma oportunidade de planejar e mirar o futuro”, afirmou.
“A Univasf foi convidada a participar desse desafio e tem orgulho de colaborar com esse grande empreendimento. Aqui, observamos uma convergência rara e poderosa de duas políticas públicas: a interiorização do ensino superior e a garantia da segurança hídrica. Essa união tem provocado um processo de transformação profundo, duradouro e sustentável para o desenvolvimento regional”, disse o reitor da Univasf, Telio Leite.
Legado científico e ambiental
O coordenador do Núcleo de Ecologia e Monitoramento Ambiental (Nema/Univasf), professor Renato Garcia, destacou que a parceria com o MIDR, iniciada em 2008, transformou a Caatinga em uma das regiões mais bem documentadas do país. “Essa parceria possibilitou não apenas a construção de infraestrutura física, mas também de uma estrutura científica e de conhecimento sobre a Caatinga. Hoje, só na área do PISF, já identificamos mais de 1.600 espécies vegetais, contra as 900 conhecidas décadas atrás, e desenvolvemos metodologias de recuperação ambiental que hoje servem de modelo para outros projetos”, afirmou.
O professor Luiz Cézar Pereira, coordenador do Centro de Manejo de Fauna (Cemafauna/Univasf), reforçou o impacto do PISF na pesquisa e na formação acadêmica. “Desde 2008, identificamos mais de um milhão de indivíduos da fauna, abrangendo insetos, aves, répteis, peixes e invertebrados, gerando um conhecimento inédito sobre a biodiversidade do Nordeste. Esse legado vai além do transporte de água: impulsionou a educação, a ciência e a tecnologia, formando profissionais e integrando a comunidade local às ações do projeto”, destacou.
Os participantes também visitaram as estruturas da Univasf no Campus de Ciências Agrárias que dão suporte à gestão ambiental do PISF. Na ocasião, foi inaugurado o Centro de Estudos em Biologia Vegetal (Cebive), espaço dedicado à pesquisa e à preservação da flora da Caatinga.
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