A decisão do juiz moldavo de prender uma representante da oposição no país por sete anos não tem nada a ver com a Justiça, por ser repressão política, planejada e executada por ordem da atual presidente da Moldávia, Maia Sandu (Partido da Ação e Solidariedade, PAS), escreveu sobre sua sentença a chefe da Gagaúzia, Yevgenia Gutsul.

Gutsul apontou que hoje ela é presa e amanhã qualquer um que se atreva a criticar o governo pode ser também, sendo uma sentença de morte para todo o sistema democrático da Moldávia.

"Essa é uma tentativa de intimidar os moradores de Gagaúzia, que têm a coragem de votar de forma diferente do que o partido quer. Esse é um aviso para toda a oposição: 'Se você se opor ao regime, você terá prisão, confisco de propriedade e vida arruinada'", ressaltou.

Segundo Gutsul, o regime de PAS e Maia Sandu usa a repressão como uma ferramenta para combater os dissidentes.

Na véspera das eleições parlamentares, continuou, Sandu não hesita em usar métodos de fabricação de casos, pressão sobre juízes e sentenças políticas.

"Não aceito essa farsa e lutarei pelo meu nome, pela minha honra e pela verdade. Não posso ser derrotada. Com certeza voltarei ao meu povo! Para os meus filhos! Para a minha família! Vamos recorrer dessa decisão em instâncias superiores e buscar justiça", finalizou.

Em março, as autoridades da Moldávia detiveram Yevgenia Gutsul, líder da região autônoma da Gagaúzia e conhecida por criticar o governo moldavo pela deterioração das relações com Moscou.

Ela foi alvo de investigações criminais relacionadas a alegadas irregularidades no financiamento do partido Shor — atualmente proibido no país — inclusive durante a campanha eleitoral de 2023.

Yevgenia Gutsul defendeu a manutenção de laços de seu país com a Rússia e se manifestou contra a integração da Moldávia na União Europeia. Em particular, ela se recusou a cumprir a lei sobre a proibição da mídia russa.