Internacional
Zelensky recua e apresenta novo projeto de lei anticorrupção
UE demonstrou 'preocupação com democracia' com proposta anterior

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, apresentou nesta quinta-feira (24) uma nova proposta de lei sobre órgãos anticorrupção no país, após protestos locais e pressão de líderes europeus contra a legislação anterior, acusada de limitar a independência dessas instituições.
"Acabei de aprovar o texto de um projeto de lei que garante o fortalecimento efetivo do Estado de Direito na Ucrânia, a independência dos órgãos anticorrupção e a proteção confiável do Estado de Direito contra qualquer influência ou interferência russa", anunciou Zelensky no X, acrescentando que o novo "texto está bem equilibrado".
"Mais importante ainda, [a nova proposta] inclui instrumentos concretos, exclui qualquer vínculo com a Rússia e apoia a independência da Nabu e da Sapo [agências de supervisão anticorrupção de Kiev]", esclareceu o chefe de Estado, destacando que "é importante manter a unidade, a independência e respeitar a posição de todos os ucranianos", agradecendo ainda "a todos aqueles que apoiam a Ucrânia".
Ontem, a União Europeia cobrou do presidente do país explicações sobre a aprovação da versão anterior do projeto de lei, que reduzia a autonomia de órgãos anticorrupção no país. Segundo um porta-voz da UE, a chefe da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, expressou "profunda preocupação pelas consequências das modificações" na democracia de Kiev.
Além de Von der Leyen, outros líderes europeus também reforçaram a necessidade de independência dos órgãos anticorrupção ucranianos.
Na tarde desta quinta, o chanceler da Alemanha, Friedrich Merz, e o primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, conversaram com Zelensky sobre o tema.
Após ter falado com Merz, o presidente ucraniano disse em comunicado que havia informado o chanceler alemão sobre seus planos para uma nova lei anticorrupção, convidando a Alemanha a participar da revisão do processo de elaboração. Os dois também discutiram o percurso da Ucrânia para a adesão à UE, com Zelensky afirmando que Merz lhe garantiu seu "apoio absoluto".
Sobre o telefonema com Starmer, o Reino Unido declarou que "os líderes concordaram com o importante papel das instituições independentes de combate à corrupção no cerne da democracia ucraniana", ao mesmo tempo que Londres reiterou seu "apoio inabalável" a Kiev na guerra contra a Rússia.
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