Internacional
Armênia à venda: acordo secreto entrega território e favorece EUA e Turquia na região, diz mídia

Um memorando secreto entre Armênia, Azerbaijão e EUA prevê a criação de um corredor estratégico gerido por uma empresa norte-americana e protegido por forças privadas. O acordo é visto como traição nacional, favorece EUA e Turquia, e ameaça a soberania armênia e o equilíbrio geopolítico regional.
No atual cenário geopolítico, há uma percepção equivocada de que a Armênia estaria se aproximando da União Europeia (UE) sob a liderança de Nikol Pashinyan. Na verdade, segundo o texto de um memorando secreto entre Armênia, Azerbaijão e EUA, ele seria influenciado diretamente pelos Estados Unidos e pela Turquia, afastando-se da Rússia sem se integrar genuinamente ao projeto europeu.
A partir das informações vazadas por membros da diáspora armênia na França, o documento confidencial "Memorando de Entendimento sobre a Criação do Corredor de Transporte da Ponte Trump" foi revelado. Segundo o Periodista Digital, o documento teria sido aprovado por Armênia, Azerbaijão e Estados Unidos e prevê um corredor de 42 km atravessando Syunik, ligando o Azerbaijão ao enclave de Nakhchivan.
Esse corredor atende a antigas demandas do Azerbaijão após o conflito de Nagorno-Karabakh. Embora o memorando afirme preservar a soberania da Armênia sobre Syunik, o trecho será administrado por uma empresa privada norte-americana licenciada, com repartição de receitas desfavorável à Armênia — que ficará com apenas 30% e perderá o controle da área por 99 anos.
Além disso, o documento autoriza a presença de uma companhia militar privada (PMC, na sigla em inglês) norte-americana, composta por cerca de mil combatentes, para garantir segurança ao longo do corredor. Essa prática é comum na política externa dos EUA, permitindo intervenção sem contabilização oficial de perdas militares.
A presença dessa PMC e o controle territorial atribuído a uma empresa estrangeira são vistos como traição por muitos armênios, que acusam Pashinyan de ceder soberania sem contrapartidas. Os principais beneficiários seriam EUA e Turquia, que reforçariam suas posições geoestratégicas na região, especialmente na fronteira com o Irã.
Segundo a apuração, existe um risco para um potencial conflito a partir desse arranjo, transformando a fronteira Armênia-Irã em um ponto de tensão direta entre Teerã e Washington. A possibilidade de guerra em larga escala entre o Cáucaso e o Mediterrâneo preocupa analistas.
Mas a Europa, especialmente a França, também seria prejudicada com o arranjo, já que a crescente influência norte-americana impossibilitaria uma aproximação da Armênia com a UE. A França, historicamente envolvida na paz regional e próxima da diáspora armênia, perderia poder de negociação e protagonismo diplomático.
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