Internacional

Chefe da OTAN volta a ameaçar Brasil com sanções caso Rússia não chegue a acordo com Ucrânia

Por Sputinik Brasil 15/07/2025
Chefe da OTAN volta a ameaçar Brasil com sanções caso Rússia não chegue a acordo com Ucrânia
Foto: © Sputnik / Stringer / Acessar o banco de imagens

O secretário-geral da OTAN, Mark Rutte, voltou a afirmar nesta terça-feira (15) que países que continuam a realizar negócios com a Rússia, como Brasil, China e Índia, serão alvos de sanções econômicas em tarifas que podem alcançar os 100%.

Em uma conversa com jornalistas após reunião com congressistas dos EUA, Rutte reforçou que a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) e Washington querem taxar qualquer país que compre petróleo ou derivados da Rússia.

"Se você é o presidente da China, o primeiro-ministro da Índia ou o presidente do Brasil e ainda negocia com os russos e compra seu petróleo e gás, saiba que se esse cara em Moscou não levar as negociações de paz a sério, eu lhe aplicarei sanções secundárias de 100%."

Em entrevista à rede de televisão Fox News na última segunda-feira (14), Rutte já havia afirmado que essas ameaças de sanções poderiam fazer com que outras nações dialoguem com Moscou em busca de um acordo de paz ou de cessar-fogo com a Ucrânia.

"Então, se você está em Pequim, Delhi ou Brasil, e você sabe que isto está indo até você, você talvez queira ligar para Vladimir Putin e dizer: ‘Ei, amigo, nós continuamos a comprar coisas de você, mas você tem que levar a sério quando se trata destas negociações de cessar-fogo ou acordos de paz, ou então nós vamos ser atingidos por sanções secundárias", disse na ocasião.

Rutte está nos Estados Unidos, onde se encontrou com o presidente do país, Donald Trump, e divulgou junto ao mandatário que a OTAN usará dinheiro dos países europeus para a compra de armas norte-americanas a serem enviadas à Ucrânia.

Além do anúncio dos novos armamentos, que incluem sistemas de míssil Patriot, Trump e Rutte deram 50 dias para Moscou alcançar um acordo com Kiev para evitar a nova rodada de sanções.

"Se não tivermos um acordo em 50 dias, é isso que faremos, tarifas secundárias, e elas serão duras. E espero que não cheguemos a esse ponto, mas tenho ouvido muita conversa. É tudo conversa", disse Trump.

O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, afirmou na manhã de hoje que o governo da Rússia quer entender "o que está por trás dessa afirmação" de 50 dias.

"Já ouvimos antes 24 horas, ouvimos 100 dias, já passamos por tudo isso e queremos muito entender o que move o presidente dos Estados Unidos."

Apesar das afirmações do secretário-geral da OTAN — aliança que tem sido a principal responsável pela manutenção do conflito russo-ucraniano —, o Brasil tem sido um dos defensores de uma solução negociada para a crise, tendo inclusive lançado uma iniciativa, ao lado da China, para esse fim, que foi elogiada pela Rússia, mas não recebeu o devido apoio de parceiros ocidentais.