As ligações silenciosas feitas por números desconhecidos estão se tornando cada vez mais comuns no Brasil — e podem representar um sério risco à segurança dos usuários. O que parece ser apenas uma chamada inofensiva pode, na verdade, fazer parte de um esquema conhecido como Ghost Calls, ou chamadas fantasmas.

Segundo especialistas em segurança digital, essas ligações são realizadas por sistemas automatizados com o objetivo de identificar se um número de telefone está ativo. Ao atender a chamada — mesmo sem dizer nada — o sistema registra que aquele número está “vivo” e pode ser incluído em listas utilizadas por golpistas.

Como o golpe funciona

O método é simples e eficaz. Golpistas programam robôs para fazer milhares de chamadas aleatórias por dia. Se a ligação for atendida, o número é considerado válido e pode ser utilizado em tentativas futuras de fraude, como abordagens falsas de bancos, operadoras de telefonia ou até pessoas se passando por familiares.

Em muitos casos, o contato posterior vem acompanhado de estratégias de manipulação, com o objetivo de obter dados pessoais, bancários ou induzir a vítima a transferências financeiras.

Roteiro comum do golpe:

Ligação silenciosa — feita por robô para validar o número;

Número atendido — é marcado como ativo mesmo sem interação;

Contato posterior — criminosos retornam com tentativas de golpe.

Dicas de proteção

A recomendação de profissionais em crimes cibernéticos é simples: não atender números desconhecidos. Se a ligação for importante, o autor tende a insistir ou deixar uma mensagem de voz.

Caso atenda uma chamada e perceba que está em silêncio, o ideal é desligar imediatamente sem falar nada, especialmente evitando dizer “alô”, pois isso pode confirmar sua identidade ou facilitar engenharia social.

Também é recomendado bloquear números suspeitos, registrar queixas na Anatel e procurar os órgãos de defesa do consumidor sempre que houver tentativas de golpe.

Importância da denúncia

A identificação desses golpes depende, em grande parte, das denúncias realizadas por usuários. Ferramentas como o aplicativo “Não Me Perturbe”, criado pelas operadoras em parceria com a Anatel, ajudam a reduzir o volume de chamadas indesejadas. Além disso, aplicativos de identificação de chamadas, como Truecaller e Whoscall, também são aliados no rastreamento de números suspeitos.