Internacional
Tarifas dos EUA sobre Sudeste Asiático prejudicam consumidores norte-americanos, diz especialista

Os EUA impuseram tarifas de até 40% sobre importações de países da ASEAN, afetando setores-chave como vestuário e eletrônicos. Segundo especialistas, a medida pode prejudicar mais os consumidores norte-americanos e aumentar a incerteza nas cadeias globais do que oferecer benefícios econômicos imediatos.
Na segunda-feira (7), o presidente dos EUA, Donald Trump, começou a enviar cartas comerciais a países, descrevendo as tarifas sobre as importações para os EUA. Entre os países da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), a Indonésia foi sujeita a uma tarifa de 32%, Tailândia e Camboja enfrentaram uma tarifa de 36%, enquanto a Malásia pagará a tarifa de 25%.
A tarifa mais alta, de 40%, foi introduzida para Laos e Mianmar.
As recentes tarifas dos EUA sobre os países da ASEAN provavelmente vão prejudicar os consumidores norte-americanos mais do que os ajudar, já que muitas das importações dos países afetados são essenciais para o consumo e a indústria dos EUA, disse Khoo Ying Hooi, professora associada de Relações Internacionais e Direitos Humanos na Universidade da Malásia, em Kuala Lumpur, à Sputnik.
"Ironicamente, essas tarifas provavelmente prejudicarão os consumidores e as empresas norte-americanas mais do que os ajudarão. Produtos importados da ASEAN, como roupas e eletrônicos, são essenciais para o consumo e a manufatura dos EUA. Além disso, muitas empresas norte-americanas transferiram a produção da China para o Sudeste Asiático em resposta às tarifas anteriores do primeiro mandato de Trump", afirmou a professora.
Para ela, as novas tarifas "essencialmente penalizam essa mudança e criam mais incerteza nas cadeias de suprimentos globais", acrescentando que as pequenas e médias empresas norte-americanas que dependem de importações acessíveis "serão as mais afetadas".
Ao mesmo tempo, Khoo destacou que o grau de impacto na ASEAN deve variar dependendo do país, com Vietnã, Malásia e Tailândia provavelmente "sofrendo o peso", pois são "economias impulsionadas pela exportação com dependência significativa dos mercados dos EUA".
"Em contraste, para países como Camboja, Laos e Mianmar, o impacto é mais específico de cada setor, como vestuário e calçados, em particular, mas ainda assim é significativo porque esses setores são intensivos em mão de obra e constituem a espinha dorsal do emprego e da divisa. Também vale a pena notar que essas economias menores têm menos reservas para absorver choques externos", acrescentou a especialista.
As tarifas também prejudicam os esforços da ASEAN para se apresentar como um "polo econômico estável e baseado em regras" e podem forçar os países a reavaliar sua dependência excessiva do mercado norte-americano, disse Khoo.
"De fato, muitos Estados da ASEAN já começaram a explorar e fortalecer os laços comerciais com outras economias para se proteger desse tipo de incerteza econômica. Portanto, embora as tarifas sejam prejudiciais, elas também reforçam uma recalibração contínua em direção à diversificação", acrescentou.
Após retornar à Casa Branca, Trump começou a endurecer a política comercial: introduziu tarifas sobre as importações do México e do Canadá, aumentou-as para a China e, em seguida, anunciou tarifas sobre aço, alumínio e automóveis. O ponto alto foi o anúncio, em 2 de abril, de uma alíquota básica de importação de 10% e do aumento das tarifas "recíprocas" para cada país. No entanto, uma semana depois, os aumentos tarifários foram suspensos e os EUA iniciaram negociações comerciais com diversos parceiros comerciais.
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