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PT escolhe novo líder em meio a dilemas internos e disputa eleitoral à vista

06/07/2025
PT escolhe novo líder em meio a dilemas internos e disputa eleitoral à vista
Foto: © Sputnik / Guilherme Correia

O Partido dos Trabalhadores (PT) realiza neste domingo (6) votação interna que vai definir novo presidente nacional da sigla.

Após quase dez anos sob o comando de Gleisi Hoffmann, o partido passa por um momento de reformulação estratégica e enfrenta o desafio de se preparar para as eleições de 2026 — com a possível candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à reeleição, em meio à queda de popularidade registrada nas pesquisas recentes.

A Sputnik Brasil verificou pontos de votação em São Paulo ao longo do dia, com os filiados votando até 17h00. O movimento era tranquilo.

Cerca de 3 milhões de filiados estão aptos a votar em cédulas de papel distribuídas em seções espalhadas por todo o país. A eleição marca o fim da gestão de Gleisi Hoffmann.

A contagem será manual, com previsão de divulgação parcial ainda neste domingo, mas o resultado final só deve ser conhecido na segunda-feira (7). O presidente Lula, que participa da Cúpula do BRICS no Rio de Janeiro, votou pela manhã no hotel onde está hospedado.

Quatro candidatos disputam o posto, cada um representando uma corrente interna do partido. O favorito é Edinho Silva, ex-prefeito de Araraquara (SP) e ex-ministro da Comunicação Social no governo de Dilma Rousseff. Ele conta com o apoio da tendência Construindo Um Novo Brasil (CNB), majoritária na legenda e da qual fazem parte Lula e a atual presidente.

Edinho defende a modernização do partido e o fortalecimento das alianças que garantiram a vitória de Lula em 2022. Em entrevistas recentes, ele tem repetido que a prioridade absoluta é a reeleição do presidente em 2026 e que isso exige uma tática estado por estado. Segundo ele, o PT precisa voltar a dialogar com as periferias, os movimentos sociais e os trabalhadores de renda média.

Do outro lado, nomes como Rui Falcão, Valter Pomar e Romênio Pereira defendem que o partido retome uma linha mais à esquerda, com ênfase na mobilização social e na crítica à condução do governo federal. Eles acusam a CNB de "empurrar o partido para o centro" e afirmam que o PT corre o risco de perder identidade caso não se reconecte com suas bandeiras históricas.

A eleição ocorre em um momento delicado. Embora Lula ainda lidere pesquisas para o primeiro turno, há tendência de queda em sua aprovação. Um levantamento do Datafolha apontou que 57% dos brasileiros consideram que ele não deveria se candidatar novamente. Mesmo assim, o petista confirmou na sexta-feira (5) que pretende disputar novo mandato.

Por Sputinik Brasil