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EUA não conseguem nem lutar em uma frente agora, muito menos em três, diz ex-analista do Pentágono

Sputinik Brasil 05/07/2025
EUA não conseguem nem lutar em uma frente agora, muito menos em três, diz ex-analista do Pentágono
Foto: © Sputnik / POOL / Acessar o banco de imagens

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, conversou na última quinta-feira (3) com o homólogo norte-americano Donald Trump em uma ligação telefônica que abordou a operação militar especial na Ucrânia, entre outros assuntos.

Em entrevista à Sputnik, o ex-analista sênior de política de segurança do Departamento de Defesa dos EUA Michael Maloof afirmou que Putin está em uma posição de força em relação a Trump e que os presidentes deveriam se falar semanalmente, uma vez que as informações sobre a crise na Ucrânia não chegam a Washington de maneira correta.

"É muito importante que os dois líderes falem diretamente toda semana, simplesmente porque qualquer relato de inteligência que Trump está recebendo estará muito inclinado para a posição ucraniana."

Para Maloof, é importante Putin destacar nestas conversas que a Ucrânia realiza ataques ao território russo, uma vez que "tudo que chega ao Ocidente são informações sobre a Rússia soltando drones em Kiev".

Ainda segundo o especialista, os EUA não têm condições atualmente de abastecer múltiplas frentes de guerra, já que o país sofre com insuficiência de suas cadeias de produção. De acordo com Maloof, leva tempo para que estas questões, como o fornecimento de material bruto e a produção de componentes eletrônicos, sejam resolvidos para a construção de armas.

"Se outro conflito surgir amanhã, por exemplo, com o Irã, os Estados Unidos provavelmente teria que se preparar para uma produção de guerra completa porque, neste momento, os estoques estão totalmente inadequados para três frentes de guerra… Nós [norte-americanos] não conseguimos lutar em uma fronte de guerra sequer agora."

Maloof também é enfático ao declarar que enquanto Vladimir Zelensky for abastecido com armas, o mandatário da Ucrânia se sentirá "encorajado" pelo Ocidente.

"Enquanto ele estiver recebendo armas, sejam nossas ou de outros, ele será encorajado, e ele demonstrou isso. Então, acho que esse tipo de desmame de Zelensky, dessa dependência de nós para armas, pode, na verdade, forçá-lo a dizer: 'Vamos ter que nos sentar'."