Após ataques dos EUA a instalações nucleares iranianas e um cessar-fogo com Israel, o chanceler iraniano Abbas Araghchi afirmou que não vê uma retomada rápida das negociações com Washington, mas garantiu: "As portas da diplomacia jamais se fecharão."

O ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi, afirmou que não acredita em uma retomada rápida das negociações com os Estados Unidos, apesar das declarações recentes do presidente dos EUA, Donald Trump. Segundo Araghchi, o Irã precisa de garantias de que não será alvo de novos ataques durante qualquer processo de diálogo.

Mesmo com o ceticismo, Araghchi reforçou em entrevista à CBS News que o Irã não está fechando as portas para a diplomacia.

"As portas da diplomacia jamais se fecharão", afirmou, em sua primeira entrevista a um veículo norte-americano desde os bombardeios dos EUA que atingiram instalações nucleares iranianas.

Trump declarou que as instalações nucleares de Fordow, Isfahan e Natanz foram "completa e totalmente destruídas". O general Dan Caine confirmou danos severos, enquanto Rafael Grossi, da agência nuclear da ONU, afirmou que os danos foram graves, mas não totais, e que o Irã poderá retomar o enriquecimento de urânio em poucos meses.

Araghchi reforçou que o conhecimento científico do Irã não foi eliminado, uma vez que "não se pode destruir a tecnologia e a ciência do enriquecimento por meio de bombardeios". Ele também destacou que o programa nuclear pacífico é motivo de orgulho nacional e que, mesmo após a guerra, o povo iraniano não desistirá do enriquecimento.

O líder supremo iraniano, aiatolá Ali Khamenei, declarou vitória sobre Israel após o cessar-fogo, afirmando que o regime sionista foi "praticamente derrubado". Trump rebateu, chamando a declaração de mentira e dizendo que o Irã foi "dizimado". Ele também afirmou ter impedido um ataque direto ao líder iraniano. Trump e Netanyahu devem se reunir em breve na Casa Branca.

Trump sugeriu que novos ataques ao Irã poderiam ocorrer caso o país retomasse o enriquecimento acima de certos níveis. Araghchi questionou a legalidade dessas ameaças e afirmou que o Irã está preparado para se defender.

"Demonstramos e provamos, durante esta guerra imposta de 12 dias, que temos a capacidade de nos defender e continuaremos a fazê-lo caso qualquer agressão seja lançada contra nós", concluiu.