Internacional
Estado de sítio e mortes: Panamá enfrenta onda de protestos e violência nas ruas

O governo do Panamá suspendeu nesta segunda-feira (30) o estado de sítio após dez dias, devido a protestos e distúrbios pelo país contra reformas políticas e ações do Executivo. Pelo menos duas pessoas morreram no período, entre elas uma criança por inalação de gás lacrimogênio.
Cerca de 370 pessoas foram detidas e 600 ficaram feridas, segundo dados oficiais. O decreto permite detenções sem ordem judicial, suspensão de direito de habeas corpus, controle de dispositivos eletrônicos e a prerrogativa de censura sobre as redes sociais para seus cerca de 4,4 milhões de habitantes.
Os sindicatos de professores iniciaram a greve em 23 de abril para exigir a revogação da Lei 462, que trata da previdência social, proposta pelo presidente José Raúl Mulino, e aprovada em março. Críticos da nova lei afirmam que as mudanças prejudicam principalmente os aposentados e elevam a contribuição dos trabalhadores.
Os setores sociais que participam da greve também condenam a presença de tropas estadunidenses no país centro-americano, autorizadas por Mulino, e os anúncios do presidente de reativar a mineração de metais e construção barragens que obrigariam as comunidades a deixarem suas terras.
A justificativa do governo é de que a medida é fundamental para estabilizar o sistema de pensões e que o estado de sítio ocorreu para combater o vandalismo. A cidade de Changuinola é o epicentro dos protestos.
"Não podemos continuar a permitir que setores políticos irresponsáveis usem a população como instrumento de pressão, fomentando o caos e, em seguida, se apresentando como falsos mediadores. Tal comportamento é imoral e criminoso, e aqueles que o promovem serão investigados e responsabilizados perante a lei", diz a nota do governo.
A incerteza sobre o futuro do canal do Panamá, que vem sendo reivindicado pelo presidente dos EUA, Donald Trump, também é um dos focos dos protestos.
Desde que assumiu o poder, Trump tem repetido que a China tem influência excessiva sobre o canal, que movimenta uma parte significativa do tráfego de contêineres dos EUA e do comércio mundial.
O governo de Trump prometeu retomar o controle da hidrovia estratégica que os EUA financiaram, construíram e controlaram até 1999. Durante visita ao país, Pete Hegseth fez diversos comentários a respeito da influência da China na América Latina, afirmando que os EUA não tencionam guerra com a China, mas pretendem combater as ameaças de Pequim à região. A China reagiu, acusando os EUA de atacar maliciosamente e expor sua natureza intimidadora.
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