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Bolsonaro convoca apoiadores na Paulista e faz referência a Trump: 'Make Brazil great again'

Sputinik Brasil 29/06/2025
Bolsonaro convoca apoiadores na Paulista e faz referência a Trump: 'Make Brazil great again'
Foto: © Sputnik / Guilherme Correia

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) reuniu neste domingo (29) cerca de 12,4 mil pessoas, segundo a Universidade de São Paulo (USP), na avenida Paulista, em São Paulo, para participar de ato político convocado por ele sob o mote "Justiça Já".

A manifestação aconteceu em frente ao Museu de Arte de São Paulo (Masp), com forte presença de apoiadores que carregavam bandeiras do Brasil, de Israel e dos Estados Unidos, além de cartazes contra o Supremo Tribunal Federal (STF) e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Organizado e financiado pelo pastor Silas Malafaia, o evento contou com um trio elétrico montado na altura da rua Peixoto Gomide. O tom dos discursos foi marcado por críticas ao Judiciário e pela defesa da anistia a envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.

Diferente de manifestações anteriores, a de hoje teve público consideravelmente menor. Segundo o Monitor do Debate Político da USP, o pico de participantes foi registrado às 15h40, com margem de erro de 1,5 mil — menos de um terço dos 44,9 mil estimados em abril.

O deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) reconheceu a queda na adesão e justificou: "É o penúltimo dia do mês, o nosso povo vem sempre pagando passagem, mais as despesas de Uber".

Já Malafaia minimizou o esvaziamento: "o número de participantes seria menos importante que o teor de seu discurso".

No palanque, Bolsonaro voltou a mirar as eleições de 2026 e defendeu a importância de conquistar maioria no Congresso Nacional. "Se me derem [...] 50% da Câmara e do Senado, eu mudo o destino do Brasil. E digo mais, nem preciso ser presidente", declarou.

Durante o discurso, Bolsonaro também usou o conhecido slogan político do presidente estadunidense, Donald Trump, ao dizer "make Brazil great again" ("faça o Brasil grande de novo", em tradução livre).

"Não interessa onde eu esteja, aqui ou no além, quem assumir a liderança vai mandar mais que o presidente da República. Com essa maioria, nós elegeremos o nosso presidente da Câmara, o nosso presidente do Senado, o nosso presidente do Congresso Nacional, a maioria das comissões de peso no Senado e na Câmara."

Ele também negou que tenha articulado uma tentativa de golpe após perder as eleições em 2022. "Nenhuma arma foi apreendida. Que tentativa armada é essa?"

A defesa da anistia a presos por envolvimento nos atos de 8 de janeiro foi reafirmada. "É o caminho da pacificação", disse Bolsonaro, citando a Constituição. O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) classificou os processos contra o pai como uma "inquisição" e disse que há uma "perseguição" contra o ex-presidente.

Além de parlamentares, o ato teve a presença de quatro governadores aliados: Tarcísio de Freitas (SP), Romeu Zema (MG), Cláudio Castro (RJ) e Jorginho Mello (SC). Em seu discurso, Tarcísio fez críticas ao Partido dos Trabalhadores. "O Brasil não aguenta mais o PT. Vamos dar essa resposta no ano que vem."

O objetivo do ato foi pressionar o STF, que analisa ações contra Bolsonaro por tentativa de golpe, organização criminosa e outros crimes. A manifestação também serviu como plataforma de lançamento informal de sua pré-campanha para 2026, ainda que o ex-presidente esteja inelegível até o momento.