O cenário político em Alagoas ganha novos contornos com a declaração do presidente nacional do PSB, João Campos, sobre a iminente formação de uma federação partidária envolvendo PSB, PDT e Cidadania. A aliança em nível nacional pode ter um impacto significativo nas aspirações políticas do prefeito de Maceió, JHC ainda no PL, mas com possibilidades de ir para o PSB, uma vez que as legendas que se uniram ao PSB no estado de Alagoas mantêm um forte alinhamento com o grupo político liderado por Renan Calheiros.

A afirmação de João Campos, prefeito de Recife, foi feita na última quarta-feira, 19 de junho, durante um evento da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) na capital pernambucana. "É uma conversa de aproximação partidária, entendendo os desafios que os partidos têm e com muita esperança de poder construir politicamente juntos. Não tenho nenhuma dúvida de que há interesse em caminhar lado a lado", destacou o dirigente. Campos ressaltou que as discussões com o PDT são recorrentes e que o PSB já aprovou alianças com o partido em momentos anteriores, reforçando o desejo de uma união que remonta a propostas de fortalecimento no Congresso Nacional em 2022.

Alinhamentos locais e o dilema de JHC

O grande desafio para JHC reside na dinâmica política alagoana. No estado, o PDT é liderado pelo vice-governador Ronaldo Lessa. Da mesma forma, o Cidadania tem à frente Regis Cavalcante, conhecido por suas críticas ao Centrão e também com proximidade a esse mesmo espectro político.

Essa federação, ao unir nacionalmente o PSB a partidos com forte ligação com os Calheiros em Alagoas, cria um dilema para JHC. A presença de Paula Dantas, com sua influência na direção nacional do PSB e seu conhecido afastamento do prefeito de Maceió, agrava ainda mais a situação, diminuindo as chances de uma reaproximação partidária.

Diante desse panorama, as opções de JHC para uma possível disputa ao Governo de Alagoas ou a uma vaga no Senado Federal tornam-se mais restritas. Entre as alternativas partidárias que surgem como possibilidades para o prefeito estão o Partido Novo e o Podemos, este último presidido pelo vice-Rodrigo Cunha.

A movimentação da federação demonstra a complexidade das articulações políticas pré-eleitorais, onde alianças nacionais podem redefinir completamente os cenários estaduais.