Internacional
EUA e Irã negociam trégua; Trump decide sobre ataques em 2 semanas

O enviado especial dos EUA para o Oriente Médio, Steve Witkoff, e o chanceler do Irã, Abbas Araghchi, conversaram por telefone várias vezes desde o início dos ataques de Israel, segundo a agência Reuters. A negociação direta, incomum entre os dois países, explicaria as declarações de Donald Trump nesta quinta-feira, 19. O presidente americano disse que decidirá se entra na guerra "nas próximas duas semanas".
"Há uma chance de negociações em um futuro próximo", afirmou a Casa Branca, em comunicado. Até então, Trump analisava a possibilidade de bombardear o Irã, sugerindo que os ataques seriam iminentes, ao mesmo tempo insistindo que não era tarde demais para um acordo. Ontem, ele pareceu optar pela diplomacia.
Karoline Leavitt, secretária de imprensa da Casa Branca, confirmou que Witkoff está em contato com autoridades iranianas, sem dar detalhes. O Irã abandonou as negociações com os EUA sobre seu programa nuclear depois que Israel iniciou seus ataques, na semana passada.
Diálogo
Segundo a Reuters, citando três diplomatas, que pediram para não serem identificados, o chanceler iraniano comunicou a Witkoff que o Irã não retornaria às negociações a menos que Israel parasse com os ataques.
Os telefonemas desta semana entre Witkoff e Araghchi foram as conversas diretas mais substanciais entre EUA e Irã desde que os dois países começaram as negociações em abril. Em duas ocasiões, em Omã e na Itália, os dois haviam trocado apenas breves palavras quando se encontraram, sempre em negociações indiretas, mediadas por outros países.
Um diplomata do Golfo, próximo a Teerã, citado pela Reuters, disse que Araghchi informou aos EUA que Teerã poderia "flexibilizar a questão nuclear" se Washington pressionasse Israel a acabar com a guerra.
Trump quer que o Irã pare de enriquecer urânio em seu território, enquanto o líder supremo, o aiatolá Ali Khamenei, disse que o direito de enriquecimento é inegociável. Os iranianos têm um estoque de urânio enriquecido a 60%, muito além do necessário para uso civil e a um curto passo do nível usado em uma bomba.
Como muitas instalações nucleares iranianas estão encravadas em montanhas, como a usina de Fordow, a única forma de destruir as centrífugas seriam as bombas antibunker, dos EUA - além de não possuir esse tipo de armamento, Israel não tem aviões capazes de transportá-las.
Destruição
Ontem, no entanto, primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, disse que seu país tem capacidade para atingir todos os seus objetivos sozinho, incluindo a destruição das instalações nucleares do Irã. Mesmo assim, ele voltou a pedir que os EUA entrem na guerra.
O gabinete de Netanyahu demonstrou indignação com o regime iraniano, depois que um míssil atingiu ontem o Hospital Soroka, o principal do sul de Israel - mais de 70 pessoas ficaram feridas. O premiê israelense jurou vingança. "O Irã pagará um preço alto", disse.
O ministro israelense da Defesa, Israel Katz, culpou o aiatolá Khamenei, a quem chamou de "Hitler moderno". Katz afirmou que o aiatolá "não pode mais seguir existindo". "Nossas forças armadas foram instruídas e sabem que, para atingir todos os nossos objetivos, este homem (Khamenei) não deveria mais existir."
Ao todo, segundo autoridades israelenses, os ataques de ontem do Irã deixaram 240 feridos. Os militares israelenses disseram ter atingido um reator inativo na usina de Arak, para evitar que o local seja reativado no futuro, e uma instalação de produção nuclear na região de Natanz. O Irã afirmou que não houve danos substanciais. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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