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Moraes quebra sigilo de investigação da PF em torno da Abin Paralela

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinou a quebra do sigilo dos autos da apuração da Polícia Federal (PF) sobre a Abin Paralela, nome dado à utilização da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para investigar opositores do governo de Jair Bolsonaro. Segundo o magistrado, a decisão foi tomada depois de serem constatados vazamentos seletivos do inquérito da PF na imprensa, o que gerou informações contraditórias. Só foram mantidas em sigilo as petições relacionadas a dados bancários e fiscais dos investigados.


O relatório da Polícia Federal indica a suposta existência de uma organização criminosa dentro da Abin para a realização de ações clandestinas. Segundo a investigação, o núcleo político da organização seria formado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e seu filho, o vereador Carlos Bolsonaro, que seriam responsáveis por definir os alvos das ações clandestinas, como opositores e instituições, além de se beneficiar politicamente das operações.
O comando da organização seria composto pelo deputado e ex-diretor da Abin Alexandre Ramagem, além de servidores da PF cedidos à agência e oficiais de inteligência. Eles, supostamente, usavam a estrutura física e orçamentária da Abin para ações de arapongagem.
Também teria sido identificado um núcleo de produção e propagação de fake news, utilizando servidores e assessores da Presidência da República.
Foram apontados como participantes do esquema membros da atual gestão da Abin, como o diretor-geral Luiz Fernando Corrêa. A suspeita é de que eles atuariam para dificultar as investigações da PF, evitando entrega de provas, assediando a então corregedora e manipulando informações e procedimentos internos.
Segundo o relatório da Polícia Federal, a Abin Paralela agiria na espionagem política, contra opositores e servidores públicos, atacando os poderes Judiciário e Legislativo e o Ministério Público e descredibilizando o sistema eleitoral. O grupo também teria obtido vantagens políticas e financeiras.
Líderes de caminhoneiros, representantes de movimentos sociais, como o MST, padres e jornalistas também teriam sido alvos da organização criminosa, que utilizava um software espião chamado First Mile para monitorar a localização de celulares.
O ministro Alexandre de Moraes determinou o envio da investigação à Procuradoria-Geral da República (PGR) para manifestação no prazo de 15 dias, além de intimação dos advogados das partes envolvidas.
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