Alagoas
UNteago revisita clássicos juninos em cinco álbuns que unem tradição, modernidade e afeto

Com uma trajetória marcada por experimentações sonoras e um profundo respeito pela cultura popular, o músico alagoano Thiago Domingos, mais conhecido como UNteago, mergulha no espírito das festas juninas e lança cinco álbuns que celebram e ressignificam o cancioneiro regional nordestino.
Aos 35 anos, o artista natural de Alagoas apresenta os projetos “Viva São João – Volumes 1 e 2”, “Te Amos Visse – O Arraiá Continua Pop!” e “Te Amo Visse? – O Arraiá Continua Feito Antigamente!”, todos disponíveis no Spotify. As coletâneas passeiam por clássicos como Anunciação, Bate Coração, Qui Nem Jiló e outros grandes sucessos do forró e da música nordestina, ganhando novas roupagens com elementos de pop rock, synths eletrônicos e batidas modernas, sem perder o vínculo afetivo com a tradição.
> “É uma tentativa de manter a tradição viva, mas também dialogar com as novas gerações”, afirma UNteago, que vê a arte como ponte entre o ontem e o agora.
Entre o erudito e o popular
Embora os álbuns juninos ocupem um lugar especial em sua discografia, UNteago transita por uma diversidade de gêneros e referências. Em seus projetos autorais e como arranjador, ele revela influência de nomes como Rogério Duprat, Lindolpho Gaya e Liminha, misturando elementos eruditos a texturas populares.
No radar do artista também estão ícones da MPB como Djavan, Chico Buarque e Baden Powell, além de ídolos populares como Paulo Sérgio e duplas sertanejas dos anos 90 que embalaram sua infância – de João Paulo & Daniel a Zezé Di Camargo & Luciano. “Muitas dessas músicas eu ouvia em fita cassete ou vinil. Isso tudo moldou minha percepção musical”, relembra.
A discografia de UNteago inclui versões criativas de clássicos brasileiros em estilos como reggae, dub, jazz, bossa nova e soul, além de colaborações e produções para outros artistas do cenário independente.
O menino do cabo de vassoura
O fascínio de Thiago pela música surgiu cedo. Ainda criança, nas reuniões de família nos anos 1990, ele se encantava com a guitarra do tio — e como não podia tocá-la, improvisava seus próprios instrumentos com cabos de vassoura e linhas de pesca.
> “Eu me sentia o rei do baile”, relembra, rindo.
Foi na adolescência que conseguiu comprar o primeiro violão, com dinheiro conquistado em trabalhos na roça. Com o apoio da família, ingressou no conservatório e seguiu em frente: tocou em bandas, atuou em estúdios e construiu uma trajetória de aprendizado contínuo e paixão pela arte.
> “Nada foi fácil. Ser artista, especialmente no Brasil, é uma jornada de resistência e amor. Mas sigo com boas intenções e a vontade de sempre apresentar algo novo a quem se propõe a ouvir”, destaca o artista.
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