Geral
II Mostra de Talentos Humanos da PUC-Campinas revela força, arte e cidadania no Campo Belo
Encontro potente de saberes, acolhimento e esperança, marca o início de uma nova fase do projeto “Um Campo Cada Vez Mais Belo”

O Jardim Dom Gilberto, na região do Campo Belo, respirou arte, cidadania e um profundo senso de comunidade no último sábado, 7 de junho. A “II Mostra de Talentos Humanos: Vozes Femininas, Conexões Humanas”, promovida pela PUC-Campinas por meio de seu Programa de Desenvolvimento Humano e Integral: Levanta-te e Anda (PDHI:LA), convergiu a celebração do aniversário da Universidade com a exaltação da potência local. Sob os olhares e o apoio do Arcebispo Metropolitano de Campinas e Grão-Chanceler da PUC-Campinas, Dom João Inácio Müller, e do Reitor da PUC-Campinas, Prof. Dr. Germano Rigacci Júnior, o evento se desdobrou como um testemunho vivo da força do encontro entre o saber acadêmico e a sabedoria popular, semeando dignidade e revelando a beleza da colaboração. Pró-Reitores, docentes, estudantes, colaboradores da Universidade, além da comunidade, também marcaram presença.
A Comunidade Santa Rita se transformou em um efervescente palco de descobertas. A programação, rica e construída a muitas mãos com os moradores e a comunidade acadêmica, revelou a potência criativa e a resiliência da população local ao passo que integrou diferentes áreas do conhecimento da Universidade no partilhamento de saberes. Sorrisos largos e olhares curiosos acompanharam desde o desfile de moda “Beleza Feminina em Relevo” em parceria com o Curso de Moda da PUC-Campinas que exaltou a autoestima das mulheres do bairro, até as vibrantes apresentações musicais, passando por um contagiante espaço lúdico com oficinas ludo-pedagógicas envolvendo Cursos de Graduação e Pós-Graduação.
O Arcebispo Metropolitano de Campinas e Grão-Chanceler da PUC-Campinas, Dom João Inácio Müller, falou sobre a conexão entre o Evangelho e o trabalho realizado na região do Campo Belo. “Como Escola do Papa, a PUC-Campinas precisa sempre reler sua missão e identidade à luz do Evangelho e da prática de Jesus, que promovia os mais vulneráveis, caminhava entre o povo e descobria seus sofrimentos, assim como fazia ao redor do Mar da Galileia. Com nossas diversas faculdades, alunos ávidos por aprender e professores dedicados a ensinar, temos a graça, por meio do nosso Reitor, Prof. Dr. Germano Rigacci Júnior e do Prof. Dr. Everton Silveira, de alargar nossos horizontes. Eles entenderam a importância de abrirmos ainda mais as portas e visitarmos as periferias, em diálogo com párocos locais como o Padre João Carneiro. O Evangelho nos impõe essa saída; não podemos viver encastelados. Precisamos realizar o bem possível àqueles que têm necessidades, oferecendo não só assistência, mas elementos para que possam se levantar e caminhar. Pelo que vi hoje, isso está acontecendo: são partilhas que também ensinam, habilitam e encantam tantas pessoas felizes que aqui vieram. Rezo para que a PUC-Campinas mantenha essa presença em diversas situações da nossa Arquidiocese e sei que, na pessoa do Reitor, já olhamos para novos lugares. Que seja assim!”, disse.
O Reitor da PUC-Campinas, Prof. Dr. Germano Rigacci Júnior, ressaltou o poder transformador da Mostra, enxergando-a como o marco inicial de um projeto de longo alcance que fortalecerá os laços entre a Universidade e a sociedade. “A PUC-Campinas, apoiada em seus valores ético-cristãos que encontram raiz na mensagem de Cristo, possui como propósito fundamental o desenvolvimento do conhecimento, do ensino e da formação, sempre visando uma sociedade mais justa e solidária. Estamos efetivamente com uma ‘Universidade em Saída’, uma instituição aberta, o que possibilita que nossos estudantes, docentes e todo o corpo técnico-administrativo possam levar à sociedade tudo aquilo que produzimos internamente. Desta forma, colocamos a Universidade a cumprir sua terceira missão, que é servir por meio do ensino, da produção de conhecimento e do desenvolvimento da tecnologia. Este projeto está apenas em seu início e certamente ganhará cada vez mais força e presença junto à sociedade campineira, começando aqui no Campo Belo e se expandindo para outros bairros de Campinas”.
O Prof. Dr. Everton Silveira, responsável pelo PDHI:LA, considerou o evento um marco para a Universidade. “Foi um momento em que a necessidade de refúgio encontrou a vontade genuína de acolher. Estivemos juntos, irmanados em uma ação que reconhece e valoriza o saber popular em diálogo com o saber acadêmico. Foi uma oportunidade em que a comunidade pôde revelar sua beleza, suas fragilidades, versatilidade, capacidade de troca, solidariedade e profunda humanidade. Ao mesmo tempo, a Universidade levou seus alunos e professores a vivenciarem, de forma concreta, aquilo que se constrói no ambiente das escolas, da universidade… da sala de aula. Foi um exercício real de aprendizagem, de construção de vínculos e de humanização do conhecimento.”
Programação diversificada: da arte à saúde
O evento foi um testemunho vivo do compromisso da PUC-Campinas em ir além dos seus muros, oferecendo um leque vastíssimo de atividades que tocaram todas as dimensões da vida comunitária. A efervescência cultural tomou conta com o desfile de modas “Beleza Feminina em Relevo”, acompanhado de Vídeos e Fotos da Beleza Feminina, enquanto o Grupo Musical embalava o público com um repertório “das mulheres”, incluindo apresentações de canções e canto coletivo. As Expressões Comunitárias ganharam o palco com música, canto e poesia durante todo o evento, complementadas pela criatividade da Oficina de teatro e da contação de histórias com “A Praça é Nossa”.
No campo da saúde e bem-estar, uma gama de iniciativas promoveu o cuidado integral: Saúde da Mulher (Saúde do Corpo e da Alma) trouxe reflexões sobre autocuidado e mostra de produtos; Saúde Bucal promoveu rodas de vivência, entrega de kits de higiene, atividades educativas e orientações para autoexame; debates sobre Envelhecimento Saudável (físico, mental e social) tiveram abordagem integrativa e acolhedora; diálogos e dinâmicas marcaram a Prevenção de Bullying; e a Oficina sobre Uso Racional de Medicamentos orientou sobre automedicação. A Campanha Dignidade Menstrual abordou a importância do acesso a produtos de higiene, e a Alimentação saudável foi incentivada com orientações e entrega de alimentos.
A cidadania, a educação e os direitos foram pilares, com atividades de Letramento Racial, cultura e religiosidade, incluindo produções das oficinas, espaço de reflexão e fé, e rodas de conversa sobre diversidade. A Assistência Jurídica teve seu espaço, e o Projeto Direito realizou a Entrega do Guia “Comunidade de Direitos”. O projeto “Lugar-mulher” apresentou os Mapas Falados – Cartografia da Mulher, enquanto a Produção de Jogos Matemáticos estimulou o raciocínio. Houve também Levantamento de Demandas Habitacionais com apresentação de projetos sociais, e o Vestibular Social foi divulgado pelo Núcleo de Atenção Solidária.
O fomento ao empreendedorismo e ao desenvolvimento comunitário brilhou através da iniciativa “Alma Lavada” (saneantes, cartazes, distribuição de produtos); da Horta Comunitária (mostra do projeto, orientações sobre cultivo e entrega de sementes); da Aula show de gastronomia (preparo de receitas simples, degustações e empreendedorismo culinário); da Mostra de profissões Comunitárias; do projeto Empreendedorismo Feminino +60; dos Projetos das Plantas com Outros PETs (hortas comunitárias, plantio coletivo); e da Gincana do Empreendedorismo Juvenil.
Espaços de diálogo e atenção a grupos específicos enriqueceram a Mostra: “Jubileu e a Mulher” ofereceu um espaço para reflexão e fé; as “Mochilas Jovens da Paz” realizaram diagnósticos comunitários e escuta ativa com jovens; “Comunicação e Convivência” promoveu um espaço de conversa e redes de apoio para mulheres idosas. Habilidades práticas foram desenvolvidas em oficinas como Segurança Elétrica Residencial e Técnicas de Entrevista e Impostação de Voz.
A interatividade e a participação foram constantes com o Espaço Lúdico (Oficina Ludo-Pedagógica) e a leitura das mensagens do painel da “Caixa Conexões Humanas”. A organização contou com o apoio essencial da Secretária do evento, e a alegria foi complementada pela oferta de pipoca e algodão-doce para os presentes.
A Mostra de Talentos, segundo o Prof. Dr. Everton Silveira, foi apenas “o primeiro passo do PDHI:LA no projeto ‘Um Campo Cada Vez Mais Belo'”. Este projeto, crucial para a região, nasceu de um pedido da própria comunidade para que a Universidade, utilizando suas vocações de Ensino, Pesquisa e Extensão, ajudasse a “desenvolver no território um campo de oportunidades. A PUC-Campinas, assim, traduz em gesto aquilo que o campo do saber, do conhecimento, tem produzido em teoria”, destacou o Professor.
Um dos ápices do dia foi a Celebração do Aniversário da PUC-Campinas, coroada com a fala do Prof. Dr. Germano Rigacci Júnior, Reitor da Universidade, seguida da bênção conduzida pelo Prof. Dr. Pe. José Antonio Boareto, reforçando os laços comunitários e a identidade confessional da Universidade em profunda sintonia com a população.
Próximos passos
O impacto do evento reverbera como um convite à continuidade. Os dados e informações coletadas durante a Mostra serão fundamentais para as próximas etapas. “A partir destes dados e destas informações, serão produzidas ações em parceria com esta comunidade, que deverá caminhar o tempo todo junto com a equipe da PUC-Campinas para pensar e produzir ações que façam sentido e que sejam úteis para a produção da cidadania e a consolidação dos direitos humanos”, explicou o Prof. Dr. Everton Silveira.
O primeiro passo foi dado, e com ele, a certeza de um caminho promissor. “Agora é pensar, refletir, se reunir, congregar e avançar”, disse o Professor. A PUC-Campinas já se prepara para, no segundo semestre deste ano, iniciar a segunda fase do projeto “Um Campo Cada Vez Mais Belo”, engajando docentes, discentes e a comunidade em uma jornada contínua de construção de oportunidades e transformação social. A II Mostra de Talentos Humanos não foi apenas um evento, mas a semente de um futuro em que a colaboração e o respeito mútuo florescem.
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