Em entrevista à TV Globo, o embaixador brasileiro na Itália, Renato Mosca, afirmou que a deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP), que teve o salário cortado pela Câmara, deve ser presa a qualquer momento no país.

Conforme Mosca, as autoridades judiciais da Itália aceitaram o pedido do Brasil para que o nome da parlamentar seja incluído na lista vermelha da Interpol por estar foragida. "As forças policiais italianas estão trabalhando na investigação e na localização dessa foragida para efetuar a prisão", declarou.

Apesar disso, não foi mobilizada nenhuma operação policial, e a legislação do país não permite que a prisão seja realizada em local caracterizado como domicílio. "Mas há um mandado de prisão provisória para fins extradicionais, que é o mandado a partir do pedido da Interpol, solicitado pelo governo brasileiro, que foi referendado pelas autoridades judiciais italianas", acrescentou.

O Brasil tem acordo de extradição com a Itália, incluindo pessoas com nacionalidades italiana e brasileira, como é o caso de Zambelli.

"Não há impeditivo [de extradição de um ítalo-brasileiro], mas é uma decisão soberana e autônoma da Justiça e do governo italiano. Mas a constituição do país não veda totalmente a extradição, tanto que há jurisprudência", finalizou o embaixador.

Deputada tem salário bloqueado pela Câmara

A Câmara dos Deputados atendeu também, nesta quarta-feira, ao pedido do Supremo Tribunal Federal (STF) e bloqueou o salário da parlamentar. A decisão ocorreu um dia após o ministro Alexandre de Moraes formalizar o pedido de extradição da deputada.

A parlamentar, condenada a dez anos de prisão por invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), havia informado que viajaria à Europa para um tratamento médico, mas posteriormente foi descoberto que ela embarcou para os Estados Unidos via Argentina.

Além da suspensão do salário de Zambelli, há a expectativa de que a Câmara também deva cassar o cargo da deputada, como já sinalizado pelo presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), nesta segunda-feira (9).

Na última semana, a deputada declarou em entrevista à CNN que pretende se entregar às autoridades da Itália, questionou as decisões de Moraes e ressaltou sofrer "pressão política".

Por Sputinik Brasil