Política
Atingidos por barragem em Mariana vão receber auxílio por quatro anos

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A poucos meses de completar 10 anos desde a tragédia ambiental e social em Mariana, ações de reparação dos danos causados pelo rompimento da barragem foram anunciadas nesta quinta-feira (12).


A cerimônia do Novo Acordo Rio Doce ocorreu na cidade de Mariana, a cerca de cem quilômetros da capital mineira, Belo Horizonte. No local, o Presidente Lula, disse que o governo está comprometido em resolver a questão de forma definitiva.
"Para criar criar condições para as pessoas voltarem à normalidade, leva um tempo. Nós estamos há seis meses com esse pepino nas nossas costas"
Um dos anúncios nesta quinta-feira foi o repasse, a partir de julho, para 15 mil famílias da agricultura familiar e 22 mil pescadores, de um salário mínimo e meio por três anos, e de mais um salário, por mais um ano, totalizando quatro anos de auxílio.
Lula também disse que será construído o Hospital Universitário de Mariana, para atendimentos de média e alta complexidade, e a criação do Observatório da Educação na Bacia do Rio Doce, para pesquisar e avaliar a educação básica nos 49 municípios da bacia, além de elaborar “recomendações para a melhoria da qualidade da educação” na região.
Ainda foram anunciados 15 centros de Formação das Juventudes, para oferecer cursos profissionalizantes e outras atividades comunitárias, além de outras iniciativas.
Ao citar que a empresa já foi pública, o presidente Lula disse que torce pela recuperação da Vale, mas defendeu responsabilidade com a população.
"A Vale, que era a primeira ou a segunda empresa mineradora do planeta, hoje ela é a décima quarta empresa mineradora. Ou seja, ela perdeu. Ela era muito forte quando era do Estado. O que eu quero é que a Vale se recupere, que volte a ser a primeira, mas eu acho que a Vale tem que saber que a relação com o povo tem que ser respeitosa, civilizada e com muito respeito"
Representando o Movimento dos Atingidos por Barragens, Letícia Oliveira, cobrou punição aos responsáveis pela tragédia, e criticou a valorização do lucro sobre a vida.
"O que vale mais? O lucro ou a vida? E a gente vê que as nossas elites perseguem quem quer lutar pela soberania (...). Os atingidos foram perseguidos. Nesse crime cometido pela Samarco, Vale, BHP nós continuamos injustiçados. Nós queremos justiça e quando não acontece justiça, acontecem outros crimes."
No ano passado, a Vale assinou um acordo de reparação com a Advocacia-Geral da União (AGU), concordando em repassar, R$ 132 bilhões em dinheiro, ao longo de 20 anos, para ações como as anunciadas nesta quinta. R$ 100 bilhões serão enviados aos poderes públicos responsáveis, incluindo a União. Os R$ 32 bilhões restantes serão para indenizações à população atingida.
Em 5 de novembro de 2015, a barragem da Samarco rompeu, levando mais de 40 milhões de metros cúbicos de rejeitos de minério, que contaminaram o Rio Doce, até o mar. O acidente provocou a morte de 19 pessoas e três nunca foram encontradas.

Política "Quando não acontece justiça, acontecem outros crimes", diz MAB Brasília 12/06/2025 - 17:10 Roberta Lopes / Eliane Gonçalves Sayonara Moreno - Repórter da Rádio Nacional Mariana reparação de danos MAB atingidos por barragem quinta-feira, 12 Junho, 2025 - 17:10 3:55
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