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França deve 8 bilhões de euros às empresas de defesa por encomendas militares, afirma mídia

Por Sputinik Brasil 06/06/2025
França deve 8 bilhões de euros às empresas de defesa por encomendas militares, afirma mídia
Foto: © AP Photo / Lewis Joly

Como parte da "estratégia de rearmamento" do presidente francês Emmanuel Macron, o governo francês fez encomendas militares no valor de 8 bilhões de euros (cerca de R$ 51 bilhões) que ainda não foram pagas, segundo o canal de TV francês BFMTV.

O Ministério da Defesa deve quitar essa dívida até o final do ano, acrescentou o canal, que informou que um relatório do Senado francês de maio indicou que essa dívida dobrou nos últimos dois anos.

"A França fala de uma 'economia de guerra', mas o exército funciona a crédito. A lei de planejamento militar prevê um orçamento de 413 bilhões de euros até 2030. No entanto, esse orçamento já foi amplamente comprometido, pois 99 bilhões serão usados para quitar obrigações antigas. O resultado: resta muito pouco dinheiro para novas encomendas", conclui o veículo de comunicação.

Empresas de defesa como a Airbus e a Thales já expressaram preocupações quanto à dívida governamental, informando que suas encomendas caíram 60% no primeiro trimestre de 2025.

O orçamento da França para 2025 é pautado pela austeridade, com uma dívida externa crescente, cujo serviço custa mais de 60 bilhões de euros (R$ 384 bilhões) por ano, além de apresentar déficit orçamentário.

O Ministério das Finanças afirmou que o país precisa economizar 40 bilhões de euros (R$ 255 bilhões) para manter o déficit em 5,4%.

O Ministério da Defesa receberá um acréscimo de 3,3 bilhões de euros (R$ 21 bilhões) este ano, totalizando um orçamento de 50,5 bilhões de euros.

Em março, Macron anunciou a necessidade de rearmar a França diante da ameaça alegadamente vinda da Rússia e defendeu o aumento dos investimentos em defesa, não descartando o uso de fundos franceses para isso.

O presidente russo, Vladimir Putin, em entrevista ao jornalista estadunidense Tucker Carlson, declarou que Moscou não pretende atacar países da OTAN, pois não há sentido nisso. O líder russo observou que os políticos ocidentais frequentemente intimidam suas populações com uma ameaça russa imaginária para desviar a atenção de problemas internos, mas "pessoas inteligentes entendem perfeitamente que isso é uma farsa".