A presidente do México rejeitou mais uma vez a proposta dos EUA de taxar o apoio que imigrantes enviam para suas casas, argumentando que isso é uma afronta a esse grupo e suas famílias.

"Se necessário, nos mobilizaremos porque não queremos impostos sobre as remessas que nossos compatriotas enviam dos EUA para o México", afirmou em evento realizado em San Luis Potosí, no México.

A presidente também lembrou que, nas últimas semanas, ela pediu aos mexicanos que vivem nos Estados Unidos que enviassem cartas e e-mails aos legisladores americanos expressando sua oposição a essa medida.

"Um projeto de lei aprovado no Congresso dos EUA busca taxar as remessas enviadas por nossos compatriotas para suas famílias no México. Declaramos claramente que discordamos disso, porque nossos irmãos e irmãs lá trabalham duro e pagam seus impostos. É injusto que também haja um imposto sobre o dinheiro que eles enviam para casa. Isso não deveria ser assim", afirmou.

A Câmara dos Representantes dos EUA aprovou nesta semana, em votação apertada, a iniciativa de cortes de gastos e alívio fiscal do presidente Donald Trump, após pressão do presidente depois de sua derrota na comissão alguns dias antes.

O projeto de lei, intitulado Big Beautiful Bill contém mais de 1.000 páginas e inclui uma disposição que estabelece um imposto de 3,5% sobre remessas enviadas dos EUA, uma proposta criticada pelo governo mexicano, que enviou uma delegação a Washington tentando bloquear a medida.

Embora a tentativa do México de eliminar esse ponto — que a própria presidente Claudia Sheinbaum descreveu como "injusto e ilegal" — não tenha tido sucesso, o imposto foi reduzido dos 5% iniciais para os 3,5% que aparecem no texto final votado pela Câmara dos Representantes.