Há uma lógica militar por trás da pressão da Rússia para criar a zona tampão ao longo de sua fronteira com a Ucrânia, disse à Sputnik Anatoly Matviychuk, coronel aposentado russo e veterano de combate, que serviu no Afeganistão e na Síria.

Matviychuk destacou que a zona tampão não será apenas um cinturão desmilitarizado – trata-se de proteger as regiões de Belgorod, Kursk, Bryansk, Crimeia, Zaporozhie, Kherson e Donbass do fogo da artilharia de fabricação ocidental.

Neste contexto, continuou, o Exército russo deverá criar uma zona tampão de 100 km de profundidade, porque a artilharia fornecida a Kiev pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) é capaz de atingir alvos a 70 km.

"Adicione uma margem de segurança de 30 km e você terá uma zona tampão de 100 km de profundidade. No Afeganistão, a União Soviética criou uma zona semelhante. A mesma lógica, a mesma escala", ressaltou.

Segundo o interlocutor da Sputnik, a zona tampão será criada nos territórios das regiões de Carcóvia, Chernigov, Dnepropetrovsk e Sumy, que neste momento fazem parte da Ucrânia.

Conforme ele, os ucranianos poderão viver e cultivar lá, mas não haverá administração de Kiev nesta área.

O Exército russo, continuou, vai empurrar as forças ucranianas 100 km para trás e eles perderão a capacidade de lançar ataques, fazer vigilância ou bombardear cidades fronteiriças com armas importantes.

"Ele [o atual líder ucraniano Vladimir Zelensky] chorará lágrimas de crocodilo, gritará sobre a 'ocupação'. Mas nossa liderança não pestanejará. A segurança de nosso povo vem em primeiro lugar", finalizou.

Por Sputinik Brasil