Todos os anos, 500 mil crianças e adolescentes são explorados sexualmente no Brasil, segundo dados divulgados pelo site oficial da Campanha Maio Laranja. Esse número pode ser muito maior, já que somente 7,5% dos casos de violência sexual contra esse público chegam a ser denunciados às autoridades. Para dar visibilidade ao tema e, ao mesmo tempo, discutir meios para a proteção de crianças e adolescentes, o Sesc Alagoas realizou um seminário gratuito, na manhã desta quinta-feira (22), no auditório do Senac Poço.

O evento foi aberto a todas as pessoas interessadas, mas teve como público-alvo estudantes e profissionais que lidam com crianças e adolescentes em seu ambiente de trabalho. A assistente social do Sesc, Mabel Araújo, explica que o tema ganha visibilidade no mês de maio, por conta do Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes (18 de maio); no entanto, segundo ela, é necessário discutir e combater esse tipo de violência continuamente, uma vez que os casos de abuso e de exploração sexual contra esse público são constantes.

“O foco do seminário é sensibilizar as pessoas sobre a importância de termos esse olhar de proteção às nossas crianças e adolescentes, nos mais diversos ambientes. Importante frisar que o abuso e a exploração sexual de crianças e adolescentes não acontecem somente no mês de maio; infelizmente, esse tipo de violência faz parte da nossa realidade diária, por isso, é necessário esse olhar atento da família, da escola, enfim, dos profissionais que atuam em ambientes por onde essas crianças passam, para que possamos oferecer o cuidado de que esses meninos e meninas precisam”, disse Mabel.

A programação do seminário contou com dois painéis de discussão. O primeiro deles se propôs a desmistificar questões sobre abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes. Já o segundo discutiu as atribuições da rede de atendimento às vítimas. Os dois espaços tiveram a participação de profissionais que pesquisam ou lidam com casos de violência sexual contra crianças e adolescentes em instituições como o Ministério Público Estadual (MP/AL) e o Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ/AL), por exemplo.

O tema do evento atraiu a estudante Izaline Santos, que cursa Serviço Social no Centro Universitário Cesmac e pretende trabalhar com o público infantil. “Eu participo de um projeto na faculdade que trabalha com questões ligadas ao tema do seminário. Então, eu cheguei aqui hoje com muita vontade de aprender. Para mim, essa discussão é extremamente importante, porque os números de casos são muito maiores do que a gente imagina; ou seja, existe uma necessidade muito grande de atenção e de acolhimento às vítimas. As discussões e os exemplos reais trazidos ao evento poderão nos ajudar, enquanto profissionais, a identificar situações que merecem a nossa atenção e a fazer o que é necessário”, comentou.

Realizado pelo Sesc Alagoas, o seminário contou com a colaboração do Fórum Estadual de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil e Proteção ao Trabalhador Adolescente (Fetipat/AL), da Secretaria de Desenvolvimento Social, Primeira Infância e Segurança Alimentar de Maceió (Semdes) e da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), por meio do Grupo de Pesquisa Redes, Questões Geracionais e Políticas Públicas.