Cidades
Contrato com Águas do Sertão: Ex-secretário denuncia enriquecimento ilícito e abandono da população em Palmeira dos Índios

Em entrevista contundente ao radialista Cláudio André, o ex-secretário de Cultura e liderança indígena Cássio Júnior expôs, sem rodeios, a realidade desastrosa do contrato firmado entre a Prefeitura de Palmeira dos Índios e a concessionária Águas do Sertão. Para ele, o acordo não apenas fere os interesses da população, mas também evidencia o enriquecimento ilícito da empresa às custas de um serviço precário e ineficiente.
“A concessionária está enriquecendo ilicitamente. O Ministério Público deveria intervir”, disparou Cássio, ao criticar o que chamou de “jogo sujo” da empresa.
Segundo ele, a concessionária não apenas falhou em fornecer água potável à população, mas segue cobrando uma tarifa mínima de 13 metros cúbicos de água – mesmo quando essa água não chega às torneiras das residências.
O Contrato: uma via de mão única em benefício da concessionária?
Durante a entrevista, Cássio ressaltou que a Águas do Sertão não demonstrou qualquer intenção de rever a política tarifária, apesar dos problemas operacionais.
“Em nenhum momento disseram que iriam suspender a cobrança até resolverem o problema. Preferem empurrar o problema com a barriga enquanto o povo paga por um serviço inexistente”, criticou.
Para ele, o contrato é um verdadeiro acinte à população. “É um contrato que só suga o povo e enche os bolsos da concessionária. Não vi nenhuma cláusula que imponha obrigações reais à empresa. Eles ganham de qualquer jeito, com ou sem água”, desabafou, em tom ácido.
Inércia do poder público: câmara conivente ou cúmplice?
Cássio também apontou o dedo para a Câmara Municipal, acusando os vereadores de omissão diante do caos instalado. Segundo ele, o próprio presidente da Casa admitiu que o contrato chegou “pronto e assinado” pelo ex-prefeito Júlio Cezar, sem passar por uma análise criteriosa dos parlamentares.
“O presidente da Câmara disse textualmente que o ex-prefeito já chegou com um contrato de compra e venda pronto, sem autorização da Câmara, que ficou calada. Nem protestou, nem anulou. Isso é um absurdo”, enfatizou Cássio, questionando o silêncio dos vereadores diante de um contrato que compromete o futuro de Palmeira dos Índios por 40 anos.
Águas do Sertão: Dados Manipulados e Promessas Vazias
Outro ponto abordado na entrevista foi a estratégia da Águas do Sertão de maquiar a crise por meio de números inconsistentes. “Apresentaram dados que não refletem a realidade. Falaram em metros cúbicos de água fornecidos, mas isso não chega na casa das pessoas. A empresa está faturando sem entregar o serviço”, denunciou Cássio.
Ele ainda destacou a fala de um representante da concessionária que, em uma audiência pública, chegou a afirmar que o abastecimento prioriza os bairros e loteamentos urbanos, enquanto a zona rural recebe “o que sobra”. Para Cássio, essa postura é inaceitável. “Isso é humilhante. O povo que produz a comida da cidade está recebendo migalhas. É um contrato que despreza quem mais precisa”, afirmou, indignado.
A Conta chegou: água caríssima e serviço inexistente
Cássio Júnior finalizou a entrevista alertando para a possibilidade de o contrato se transformar em um verdadeiro pesadelo financeiro para Palmeira dos Índios. “Se a Águas do Sertão não entregar o serviço prometido, quem vai pagar essa conta? O povo. O contrato é leonino e foi feito para proteger a concessionária, não o cidadão”, concluiu, pedindo uma ação imediata do Ministério Público para rever o acordo e punir os responsáveis pelo caos instalado.
A Tribuna do Sertão seguirá acompanhando o desenrolar desse imbróglio, que já se configura como um dos maiores escândalos administrativos da história recente de Palmeira dos Índios.
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