Dos nove deputados federais de Alagoas, apenas Alfredo Gaspar (União Brasil) e Fábio Costa (PP) assinaram o requerimento para a criação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) destinada a investigar fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). O foco da comissão é apurar os descontos irregulares aplicados nas folhas de pagamento de aposentados, um esquema que teria desviado bilhões de reais.

A ausência de apoio chamou atenção, sobretudo por parte do ex-presidente da Câmara, Arthur Lira (PP), que optou por não aderir ao pedido. No Senado, a situação foi semelhante: nenhum dos três senadores alagoanos — Eudócia Caldas (PL), Fernando Farias (MDB) e Renan Calheiros (MDB) — assinou o documento, mesmo diante da pressão popular para investigar o escândalo.

A solicitação da CPMI foi formalizada no dia 12 de maio, após mobilização da senadora Damares Alves (Republicanos-DF) e da deputada federal Coronel Fernanda (PL-MT), contando com a adesão de 36 senadores e 223 deputados federais. Nos bastidores, o governo federal, por meio da ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, teria articulado para que parlamentares da base evitassem assinar o requerimento, temendo um novo desgaste político.

Para aposentados e pensionistas, a falta de posicionamento da maioria da bancada alagoana representa um gesto de omissão diante de um esquema que afeta milhares de famílias, configurando-se como mais um capítulo vergonhoso para a política local.