O deputado estadual Antonio Albuquerque (Republicanos), presidente do partido em Alagoas, se posicionou de forma contrária à possível federação partidária entre MDB e Republicanos, articulação que vem sendo defendida pelo ministro dos Transportes, Renan Filho (MDB). Em nota divulgada por sua assessoria, Albuquerque afirmou que não houve qualquer tratativa oficial envolvendo o diretório estadual sobre a formação da aliança e destacou que o tema será amplamente debatido.

“Prefiro que o presidente nacional analise os prós e contras e que os membros firmem algo que beneficie a maioria. Não antecipo, nem arredo o pé”, declarou o deputado, deixando claro que sua posição é contrária ao modelo federativo.

Para o parlamentar, a federação pode criar um sistema rígido, que dificultaria o cumprimento dos compromissos assumidos com a população. Albuquerque argumenta que os interesses partidários não podem se sobrepor às demandas das ruas.

“Tenho convicção de que os compromissos assumidos com o povo não podem ser barrados por amarras partidárias. Os partidos precisam se fortalecer, sim, mas também precisam ser instrumentos de apoio ao povo e não apenas à manutenção de interesses no Congresso”, reforçou.

O Que Está em Jogo?

A resistência de Albuquerque à federalização entre MDB e Republicanos se alinha à crescente insatisfação de algumas lideranças estaduais do Republicanos em Alagoas. A possibilidade da federação ser firmada tem gerado desconforto entre parlamentares e lideranças que veem o movimento como uma forma de centralizar decisões e limitar a autonomia dos eleitos, sobretudo em estados onde o partido possui estruturas próprias e atuações distintas do MDB.

Ainda assim, Albuquerque enfatizou que qualquer decisão deverá ser tomada de maneira colegiada e democrática, ouvindo as bases e respeitando as realidades locais. A expectativa agora recai sobre a definição da executiva nacional do Republicanos, que deverá se posicionar nas próximas semanas sobre o tema.

Enquanto isso, o deputado mantém sua posição firme: não apoia a federação e não vê vantagens na unificação com o MDB, um partido que historicamente tem fortes laços com a família Calheiros e o grupo político de Renan Filho.

O cenário ainda é incerto, mas a postura de Antonio Albuquerque deixa claro que a federalização dos partidos em Alagoas está longe de ser consenso – e pode provocar desdobramentos significativos na composição das alianças para as eleições de 2026.